Posted by : "TC"endo ideias
terça-feira, 23 de julho de 2013
Por Mylena Palermo de Melo
Max Horkheimer e Theodor Adorno
foram filósofos e sociólogos alemães que fizeram parte da chamada Escola de
Frankfurt: ambos desenvolveram o conceito de "Indústria Cultural"
aqui detalhado. Os pensadores que fizeram parte dessa Escola eram muito
influenciados pelo marxismo, o que percebe-se facilmente em suas críticas a
sociedade de consumo, a cultura de massa e os meios de comunicação de massa.
Podemos citar Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Theodor Adorno, Max Horkheimer
e Jüdgen Habermas, como os principais pensadores da Escola de Frankfurt. Eles
assistiram a Revolução Russa, em 1917, o aparecimento do regime fascista, e a ascensão nazista na Alemanha, o que acabou culminando em um exílio forçado do
grupo.
Falando especificamente a
respeito do conceito de "Indústria Cultural", desenvolvido por Adoro
e Horkheimer: ele não se refere aos veículos da comunicação em si, como a TV,
os jornais e a rádio; mas sim ao uso que o mercado faz dessas tecnologias, a
forma como a produção cultural é mercantilizada. Ela é basicamente o pensamento
da indústria capitalista inserida no meio da arte.
A chamada Indústria Cultural não
valoriza o produto cultural enquanto conteúdo reflexivo. Ela valoriza apenas o
seu potencial de gerar lucro, colocando as técnicas utilizadas na produção da
obra artística em segundo plano. Ou seja, a técnica artística fica subjugada
em relação a técnica instrumental, fazendo com que a arte perca algumas de suas
principais, e mais importantes, características. A criação pode, a partir de
então, ser substituída por eventos para o consumo.
Para demonstrar a atividade
dessa Indústria Cultural podemos citar dois exemplos: um onde a mercantilização
da arte está totalmente explícita, como no caso de muitos dos filmes sucesso de
bilheterias; e outro onde essa geração de consumo, e consequentemente lucro, é
tratada de forma mais indireta, como no caso da TV influenciando as roupas
utilizadas pela massa.
Um grande sucesso de bilheterias
que pode aqui ser usado como exemplo é o caso da trilogia de Crepúsculo.
Inicialmente falamos em um livro, que se tornou best-seller, foi transformado
em filme, que gerou uma receita de US$ 392.563.465, e depois se transformou em
diversos produtos a serem comercializados levando o nome do filme: camisas,
canecas, canetas, bolsas, garrafas, etc. Outro caso interessante, e mais
recente, é a comercialização massiva da máscara utilizada no filme "V de
Vingança", inspirado no quadrinho criado por Alan Moore; inspirado, por
sua vez, no revolucionário inglês Guy Fawkes.
No caso da atividade mais
indireta dessa Indústria Cultural, podemos citar o uso de determinadas roupas
por personagens em novelas servindo como determinante para o que é consumido
pela massa. A partir do momento que uma grande atriz começa a utilizar uma
determinada roupa, em um personagem, em uma novela, automaticamente essa roupa
começa a ser comercializada em todas as lojas, e a população começa a
incorporar essa influência como um "gosto pessoal". Outro exemplo
também seria a indústria do tabaco, no Brasil, durante o pós-ditadura: quando a
marca de cigarro "Free" foi lançada, apelando para a recente
liberdade adquirida, para vender seu produto. A relação entre a mídia e a
indústria do tabaco, inclusive, pode ser percebida no filme "Obrigado por
fumar", que trata um pouco dessa questão
.
.
A Indústria Cultural trabalha em
tornar a cultura atraente, para vendê-la; e por isso a torna repetitiva, e
desprovida de potencial de reflexão. Para isso, a indústria separa a cultura em
duas esferas, que não são naturalmente separadas: a esfera de reflexão, e a
esfera de entretenimento. Sendo que apenas a segunda é estimulada e trabalhada
para funcionar como geração de lucro e forma de alienar a população, levando-a
a consumir produtos desnecessários e utilizar a cultura sempre como
"válvula de escape" para o cotidiano, e não como meio de reflexão
também.
Podemos comparar aí programas de
TV: aqueles que levam a algum tipo de reflexão ou apreciação artística,
geralmente não são exibidos na TV aberta ou em horários nobres, e raramente
recebem grandes estímulos financeiros por parte das classes dominantes; já
programas que trabalham exclusivamente o entretenimento que aliena e
a cultura enquanto mercadoria, geralmente são exibidos na TV aberta e contam
com o patrocínio das classes dominantes.
O esquema abaixo resume bem o
que Adorno e Horkheimer propõe a respeito da Indústria Cultural:
Esse vídeo é uma interpretação rápida e interativa da Indústria Cultural:
Esse vídeo é um estudo de Lucas Weber Lara, que visa refletir sobre a relação da arte e de seu consumo na sociedade contemporânea, principalmente em se tratando de música. Ele se baseou nos conceitos de Theodor Adorno e Max Horkheimer de "Indústria cultural" e "Arte sem sonho" para elaborar a pesquisa:
O texto está bem escrito e as relações apresentadas são bem pertinentes. Favor recolocar os dois vídeos, Mylena, que não funcionam.
ResponderExcluirAqui está abrindo direitinho Gabriela, mas de qualquer forma vou tentar colocar de novo!
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