Posted by : Lucas Gonçalves
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Por Lucas Gonçalves Ferreira.
Persuasão em forma de publicidade no comercial da Leite Ninho nos anos 50
Porém também podemos encontrá-la, talvez de forma não tão explícita, no cinema. O cineasta Alfred Hitchcock, por exemplo, parece ter compreendido a teoria empírico-experimental como nenhum outro cineasta conseguiu. Em Psicose, de 1960, há uma grande exploração do teor psicológico dos espectadores(audiência) e da mensagem(no caso a fotografia do filme, roteiro e trilha sonora). Ele utiliza frequentemente a perspectiva do personagem para inserir o expectador no contexto de uma determinada cena, permitindo-o entender o que o personagem está sentindo. Isso gera, propositalmente,o sentimento de empatia ou identificação. Hitchcocck faz com que o psicológico dos espetadores seja trabalhado sentindo medo, ansiedade e o susto que o personagem sentiria. O mesmo disse ao diretor e um dos fundadores do movimento cinematográfico Nouvelle Vague, François Truffaut, certa vez: "Consegui usar arte cinematográfica para realizar uma certa comoção em massa".
Não há como contestar! O receptor está influenciado e completamente persuadido pela obra cinematográfica. A própria construção do filme é toda baseada neste conceito. A fotografia muda rapidamente nos momentos de tensão enquanto a trilha sonora gera no espectador uma sensação de perigo.
Cena do chuveiro - Psicose (1960)
Outra característica da Teoria da Persuasão que cabe perfeitamente nesta ligação feita com o cinema (com os filmes de Hitchcock), é a questão da confiança do receptor com o emissor da mensagem. O receptor acaba depositando uma confiança no emissor, por já ter se "transformado" em um observador compulsivo da tela. Ou seja, pelos espectadores já estarem se sentindo parte da trama, por estarem completamente persuadidos/influenciados por ela, tendem a acreditar naquilo que estão vendo.
muito bom texto!
ResponderExcluir