Posted by : "TC"endo ideias
terça-feira, 20 de agosto de 2013
O conceito de indústria
cultural foi criado pelos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer,
membros da escola de Frankfurt, eram totalmente influenciados por conceitos
marxistas. O que se pode perceber se analisarmos a crítica desenvolvida pela
escola á cultura de massa, á sociedade de consumo e principalmente ao
capitalismo.
O termo “Indústria Cultural”
foi empregado pela primeira vez no capítulo O iluminismo como mistificação das
massas no ensaio Dialética do Esclarecimento, publicada em 1947. Para os dois,
uma obra é livre a partir do momento em que está em oposição à sociedade. No
entanto, isso se tornou impossível dentro da ótica comercial a qual foi
colocada a arte, ajudando a sufocar as obras com críticas sociais impossibilitando
uma maior formação intelectual dos admiradores de arte.
O conceito de “Indústria
Cultural” diz respeito ao profundo processo de mercantilização da arte,
empregando o pensamento industrial a produção e a comercialização das obras. Esse
conceito de arte feita não valoriza o conteúdo do produto cultural, e sim o seu
potencial de gerar lucro, fazendo com que a autenticidade da expressão
artística não seja valorizada.
Podemos citar a indústria
fonográfica com composições cada vez mais pasteurizadas, ou então o cinema com
filmes, que nos dias atuais, não se preocupam com o conteúdo passado e sim com
a bilheteria. Podemos citar a TV também, programas de análise ou com debates
mais profundos raramente estão presentes na TV aberta, e quando estão, são reservados
horários de baixa audiência.
Os programas de conteúdo
mais elaborado são encontrados normalmente nas redes de televisão públicas, que
no Brasil não estão entre as redes com maior audiência, ao contrário dos países
europeus onde as redes públicas ainda possuem um público cativo.
Isso remonta as diferenças
estruturais no surgimento da TV brasileira em relação aos países europeus. Na
Europa a TV surgiu baseada em canais estatais, Inglaterra (BBC), Alemanha (ARD
e ZDF), Portugal (RTP), Espanha (TVE), Itália (RAI) e França (France Televisión).
Enquanto no Brasil se privilegiou o modelo americano de televisão, baseado
sempre nas TVs privadas. O que acaba representando uma grande diferença de
conteúdo, justamente pelo motivo de as redes públicas não possuírem interesses
de propaganda, visto que suas receitas são provindas dos impostos.
Um dos exemplos que pode
elucidar essa diferença seria um documentário produzido pela rede britânica BBC
em 1993, Muito além do cidadão Kane trata da história da Rede Globo e sua
relação próxima com o poder ditatorial que governou o Brasil por 21 anos. Mas à
medida que o documentário se desenvolve começa uma análise muito interessante
sobre o tipo de TV presente no Brasil, uma análise feita por ingleses onde a TV
pública representada pela BBC é fortíssima, com a diferença de visão fica claro
o antagonismo.
A diferença na produção é
enorme, a BBC produz diversos documentários todos os anos, muitos deles para os
seus canais abertos. Um deles é o Panorama, um programa/documentário de 30
minutos exibido sempre as terças-feiras com um tema específico. Um dos mais famosos
foi o Panorama: The Truth About
Supermarket Price Wars (a verdade sobre a guerra dos preços nos supermercados),
em que revelou a prática de cartel das redes de varejo na Inglaterra.
Talvez
seja necessário repensar sobre a qualidade da produção televisiva, a ótica de
mercado e nisso está inserida a indústria cultural, é muito prejudicial à
independência das produções e a prática de cidadania com a TV.
muito bom o seu texto. atenção apenas na construção da concordância verbal em algumas frase, como na última do primeiro parágrafo, que parece incompleta.
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