Archive for novembro 2013
Por: Jaqueline Rosa
Em meio a uma Inglaterra com com diferenças sociais gritantes no pós-Guerra, da década de 60, nascem os Estudos Culturais focando a análise da pratica de diferentes culturas em uma sociedade, sem estabelecer uma hierarquia dentre as formas; os conceitos frankfurtianos de cultura superior, media e inferior perdem espaço para uma visão de estrutura partilhada, a partir de todos os membros da sociedade, ainda que com posições socialmente diferenciadas.
Os pesquisadores do CCCS (Centre of Comtemporary Cultural Studies, local onde os valores foram desenvolvidos), em Birmingham, basearam-se em disciplinas como história, sociologia, literatura, antropologia, para submeterem a teoria a um campo ilimitado de estudo; entrelaçado a trajetória da New Left inglesa, de movimentos sociais e publicações que surgiram em torno de ações politicas à esquerda, ganha espaço também a luta feminista.
Em suma, esse estudos são voltados para pequenos grupos (pobres, negros, trabalhadores, por exemplo) e coloca essa "cultura ordinária" (popular) como um lugar de intervenções ativas e críticas, capazes de mudar o status quo. O mais importante teórico dos Estudos Culturais, Stuart Hall, defende a importância que "as mídias" têm na produção de discurso de quem as consome e esse consumo feito de forma "cíclica", passando por várias etapas, envolve sujeitos diversos em campos diferentes. O que muda a expectativa dos 'produtores' quando as criticas são contrarias ao esperado, conscientemente ou não.
Um exemplo desse modo de estudo acontece na Rede Musicom:
Esta é uma Rede de pesquisadores em Comunicação e Música que contribuem para a diversificação de caminhos reflexivos de compreensão a cerca dessas duas vertentes e produzem eventos científicos para a mostra de resultados, a partir de métodos utilizados também no CCCS. Um exemplo é experiência da observação de como os jovens consomem músicas hoje em dia, como agem em relação aos diferentes tipos, dando espaço às ideias de Hall sobre um estudo dos momentos de 'produção' e 'recepção' e os complexos processos de interpretação das pessoas.
A Cultura Popular e os Mass Media através dos Estudos Culturais
sábado, 23 de novembro de 2013
Posted by "TC"endo ideias
Por: Jeferson Martins
O campo dos estudos culturais surgiu em uma
Inglaterra pós-guerra através do Centre of Comtemporary Cultural Studies
(CCCS). Diante do desenvolvimento de um maior poder aquisitivo por parte da
Classe Operária e do estabelecimento de uma nova sociedade de consumo, o estudo
das formas e práticas culturais em um aspecto mais heterogêneo, assim como a
sociedade e as mudanças sociais tornaram-se os principais pontos de observação
do CCCS.
A cultura, portanto, deixou de ser vista de forma
homogênea, ou como superior ou inferior, para alicerçar-se de uma maneira mais
expandida. Nesse sentido, entende-se que ela manifesta-se em épocas e formações
culturais diversas.
Quadrinho crítico
de Ricardo, cartunista da Ryo Tiras, sobre a falta do livre arbítrio do
indivíduo e a mass media da televisão. Fonte: ryotiras.com.
Se usarmos o mínimo do nosso
senso crítico, perceberemos que a tirinha acima retrata claramente a novela
como uma “cultura inferior”, termo que os estudos culturais abdica. Portanto,
percebemos que o artifício ideológico do cartunista de mostrar a cultura
popular como chula é abominado pelos estudiosos dos Cultural Studies,
uma vez que a cultura não significa experiências passivas ou simplesmente
sabedoria recebida.
“Discordando do entendimento dos Mass Media como
simples instrumentos de manipulação e controle da classe dirigente, os estudos
culturais compreendem os produtos culturais como agentes da reprodução social,
acentuando sua natureza complexa, dinâmica e ativa na construção da hegemonia.
Nesta perspectiva são estudadas as estruturas e os processos através dos quais
os MCM sustentam e reproduzem a estabilidade social e cultural. Entretanto,
isto não se produz de forma mecânica, senão “adaptando-se” continuamente às
pressões e às contradições que emergem da sociedade, e “englobando-as” e
“integrando-as” no próprio sistema cultural.” –Ana Carolina D. Escosteguy, Mestre em
Comunicação.
Referências: HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C.;
FRANÇA, Vera Veiga. Teorias da Comunicação: Conceitos, escolas e tendências.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
ESCOSTEGUY,
Carolina D. Uma Introdução aos Estudos Culturais, Revista FAMECOS, Porto
Alegre, n°9, dezembro de 1998.
Na fotografia, a mensagem é visual, havendo diversas formas de se interpretar uma imagem. Diante disso, surgem artimanhas para que essa mensagem seja transmitida. Foco, ângulo e cores são exemplos que comprovam a importância de uma fotografia conceituada em um objetivo de transmissão da mensagem.
Ao longo dos anos, essa arte passou por diversas modificações, uma vez que o avanço da tecnologia contribui para que as exigências técnicas fiquem cada vez maiores. No entanto, mesmo nos primórdios dessa técnica, os fotógrafos se diferenciavam com a forma como transmitiam as suas mensagens. Imagens valem mais do que mil palavras e é por isso que são valorizadas.
Na imagem da Bravo, é possível perceber que o foco está no personagem central, havendo o destaque de sua importância na composição. Há uma intenção em demonstrar a força e a dignidade do ser humano, não dando importância ao gênero. A foto está em preto e branco, revelando atemporalidade, além de um foco no contraste da imagem. A ausência de sorriso e o olhar determinado para o leitor da obra fazem referência a uma serenidade e seriedade.
A foto não foi tirada em uma situação de improviso, o personagem posou para o fotógrafo, algo que contribui para que a mensagem seja transmitida de forma certeira.
Grupo: Julia, Isabella e Carla.
Ao longo dos anos, essa arte passou por diversas modificações, uma vez que o avanço da tecnologia contribui para que as exigências técnicas fiquem cada vez maiores. No entanto, mesmo nos primórdios dessa técnica, os fotógrafos se diferenciavam com a forma como transmitiam as suas mensagens. Imagens valem mais do que mil palavras e é por isso que são valorizadas.
Na imagem da Bravo, é possível perceber que o foco está no personagem central, havendo o destaque de sua importância na composição. Há uma intenção em demonstrar a força e a dignidade do ser humano, não dando importância ao gênero. A foto está em preto e branco, revelando atemporalidade, além de um foco no contraste da imagem. A ausência de sorriso e o olhar determinado para o leitor da obra fazem referência a uma serenidade e seriedade.
A foto não foi tirada em uma situação de improviso, o personagem posou para o fotógrafo, algo que contribui para que a mensagem seja transmitida de forma certeira.
Grupo: Julia, Isabella e Carla.
Análise fotográfica por Fernanda Castilho, Lucas Gonçalves e Tainah Curcio.
A foto a seguir foi usada para provar um suposto
suicídio, mas seu efeito foi contrário. Serviu como denúncia aos maus tratos e
tortura cometidos pela Ditadura Militar.
Foto tirada pelo fotógrafo Silvaldo Vieira. Na foto
vemos uma pessoa morta, amarrada por alguma corda e com as pernas dobradas.
Essa pessoa é Vladimir Herzog, jornalista militante do Partido Comunista. Foi convocado a comparecer na sede do
Exército da ditadura, que investigava as atividades comunistas da oposição. Na
tarde do dia 25 de outubro de 1975, encontrado morto dentro de uma cela do Exército.
A morte foi dada como suicídio pelas autoridades.
Uma menção importante do autor Roland Barthes para
nossa análise fotográfica é a de que a imagem fotográfica passa duas mensagens:
“uma mensagem denotada, que é o próprio “analogon”, e uma mensagem conotada,
que é a maneira como a sociedade dá a ler, em certa medida, o que ela pensa”. O
deciframento da imagem acima foi usado para revelar o que realmente aconteceu
ao jornalista. Vladimir estando de pernas dobradas e tocando ao chão não
poderia ter cometido suicídio. Para tal ato, teria que ter amarrado a corta numa
altura mais alta. Este é a mensagem conotativa da imagem
Outra citação de Barthes é a de que: “a foto não é apenas um
produto ou um caminho, é também um
objeto, dotado de autonomia estrutural”. Como objeto, a fotografia é um importante elemento
na investigação de crimes.
Neste ano, com as investigações da Comissão da
Verdade sobre a crueldade contra os direitos humanos cometidos pela Ditadura Militar,
a família de Herzog conseguiu um novo atestado de óbito, substituindo a causa
da morte. O novo documento relata que Vladimir Herzog morreu por “maus tratos e
lesões”, e não por “asfixia mecânica por enforcamento”.
A
Mensagem Fotográfica
Por Danilo Terra
A
fotografia, ao longo das décadas, foi ocupando um importante status dentro da
transmissão da notícias. A partir de pressuposto de complemento da informação,
uma fotografia colabora de maneira significativa para a reconstrução da
realidade que os jornalistas são responsáveis por fazer.
Partindo
do pressuposto definido por Roland Barthes, de que a fotografia é uma mensagem
sem código, podemos analisar uma imagem utilizada na cobertura da Folha de S. Paulo
da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A foto tem poucos elementos. Basicamente,
um rapaz com a mão no rosto, aparentemente chorando, e uma cruz, que remete a
uma das encontradas em cemitérios.
Sendo
uma mensagem sem códigos, a fotografia deve transmitir seu significado sem
interferências. E é justamente o que acontece na imagem. Mesmo os leitores que
não tenham lido a reportagem, fica fácil entender do que se trata, pelo que
aparece na cena.
Porém,
vale destacar um importante item nesta análise que faz muita diferente no
produto final. O efeito, o tratamento artístico, o que o autor chama de
mensagem com código, teve participativo impacto na, também defina por Roland,
mensagem sem codificação. O efeito, seja lá qual seja ele, tem o papel de dar,
de alguma forma, um significado menos subjetivo, mais aparente a mensagem da
fotografia em questão. A partir desta análise, a imagem fotográfica abandona o
fardo de colaboradora da notícia para ser um respectivo veículo de transmissão
de fatos, com a perspectiva de uma manifestação jornalística que trabalha com o
silencio da falta de palavras e com a constante troca de informações com os
seus consumidores.
por Karoline Discaciati
A fotografia, quando utilizada pela imprensa, torna-se muito
mais do que meramente uma forma de expressão artística. Desde o ângulo que se
fotografa, os objetos que constituem a imagem retratada, até o modo como a fotografia
é editada, cuidada e legendada, tudo isso gera uma série de subtextos que têm
tanto a dizer quanto a notícia propriamente dita.
Se a fotografia tem a capacidade de dizer muito mais além de
apenas o que se mostra, então pode-se afirmar que esta possui embutida em si uma
linguagem conotativa. Isso possibilita uma gama de interpretações da imagem por
parte do leitor e acrescenta ao texto denotativo um vocabulário ainda mais
extenso, proveniente da linguagem visual.
A imagem do fotógrafo Luiz Alfredo (que trabalhava na
revista “O Cruzeiro”), publicada em 1961, faz parte de uma série de registros
marcantes do que se passava no Hospital Colônia, em Barbacena – MG, local em
que pacientes considerados loucos (mas que na maioria das vezes eram apenas
excluídos sociais) eram internadas em condições absurdas de descaso.
Quando utilizada para ilustrar a série de matérias da
jornalista Daniela Arbex, veiculada no Tribuna de Minas, a fotografia recebeu a
legenda: “Mulheres eram mantidas em condições subumanas. Ociosidade contribuía
para morte social.” Mas se não houvesse legenda alguma, a imagem por si só
seria capaz de o dizer; e de fato, diz muito mais do que está escrito, porque é
capaz de atingir o leitor de um modo intenso, que talvez a imagem não
conseguisse. Cada elemento que a constitui; a forma como as mulheres estão
dispostas no espaço, a decadência do local, transmitem um discurso tanto quanto
a legenda.
Dessa forma, podemos reafirmar o que diz Roland Barthes em “A
mensagem fotográfica”; que “ a fotografia de imprensa é uma mensagem.”. Uma
mensagem que é preparada de maneira a dizer tanto quanto o texto denotativo.
Daisy Cabral e Messias Matheus
Texto referência: A
mensagem fotográfica - Roland Barthes (clique aqui)
“A fotografia de imprensa é uma mensagem”. Com esta frase
Roland inicia seus devaneios acerca da linguagem incutida na fotografia
jornalística. Barthes via a fotografia constituída de uma FONTE EMISSORA (a
equipe jornalística responsável por sua realização), um CANAL DE TRANSMISSÃO (o
veículo onde ela é divulgada) e um MEIO RECEPTOR (o público que consome as
informações onde a fotografia foi veiculada), logo, uma MENSAGEM.
Para Roland a
fotografia de imprensa está imersa em um paradoxo. Se por um lado ele retrata
“por definição, a própria cena, o real literal” (denotada), por outro a
mensagem que ela transmite depende da visão de quem a fotografou, da interpretação
do público, ou seja, da “maneira como a sociedade a lê”, depende de um leque de
conhecimento prévio do leitor, de valores culturais, da experiência de cada um.
A
fotografia analisada faz parte de um trabalho da fotógrafa Ana Carolina Fernandes, publicada
na edição de junho deste ano da Revista Piauí. A fotógrafa passou quase dois anos no Casarão da Lapa, onde
funciona uma pensão para travestis e a maioria destes usa o corpo como fonte de
renda.
O Travesti da foto é Sheila, que atualmente não vive mais no
Casarão, passou um tempo na Europa e hoje é o arrimo da família. Ao olhar para esta imagem, supondo que você não conheça nada
sobre o trabalho da fotógrafa, ou sobre o Casarão da Lapa e nem tenha lido a
matéria da revista, você naturalmente veria primeiro o “denotado”: uma pessoa
nua de costas caminhando para algum ambiente a frente.
No entanto mesmo sem saber de todos os detalhes que cercam
esta fotografia, sua experiência talvez lhe fizesse associar o símbolo tatuado
em suas costas, o cifrão ($,) ao dinheiro; e o fato de a pessoa estar nua
poderia te remeter a uma ideia de sexualidade; o ambiente ao redor parece sujo
e em péssimas condições, logo, sexualidade, necessidade e dinheiro, isso já
seria a mensagem conotada presente na imagem.
Mas há muito mais mensagens possíveis nesta imagem (assim
como em todas as fotografias jornalísticas) como a escolha do que será
fotografado, o ângulo, a iluminação, etecetera e tal. O texto da matéria que
acompanha a foto, também acrescenta novas interpretações à mensagem fotográfica.
No caso da foto de Sheila, ao ler a matéria você olharia para ela procurando significações descritas no texto (prostituição/travestis/
pobreza). O limite entre a mensagem
denotada e a mensagem conotada em uma fotografia jornalística é delimitado por uma linha tênue
e de difícil visualização.
Livro: Apocalípticos e Integrados / Umberto Eco
Kitsch e cultura de massa
Eco (1987), em "Estrutura de mau gosto", afirma
que o mau gosto na arte seria a
pré-fabricação e imposição do efeito, que kitsch seria uma
espécie de "mentira" ou falta de experiência, o que nos leva ao prazer da estética, mas em
uma embalagem,
característica de um público preguiçoso que deseja
participar dos valores de beleza, e se convencem disso sem esboçar qualquer esforço. Então, o
kitsch fornece uma cultura de massa mais aparente e, portanto, a cultura de consumo.
Com o apoio dos meios de comunicação de massa, o kitsch alcançou a sociedade de
consumo ou sociedade de massa à qual se destinam os produtos
integrantes da cultura de massa. Quando processada pela indústria cultural, a
arte resulta num produto de cultura de massa, consumida pela então já instituída
sociedade de massa. Muita das vezes, esse tipo de produto de consumo,
nasce na própria massa, sendo por ela consumido. É o caso de alguns grupos musicais
que surgem fazendo um sucesso fulminante e desaparecem da mídia.
O kitsch é visto com frequência na arte imagética, por meio de novelas, música, publicidade e moda. São exemplos de kitsch: lembrancinhasde viagens turísticas e os utensílios devocionais, nos túmulos localizados nas vizinhanças dos centros urbanos, nas faces externas dos templos evangélicos, em casas noturnas, casas de emergentes sociais, entre outros.
Decoração kitsch
decoração Kitsc
De acordo com Eco:
"O kitsch não nasce em consequência da elevação da
cultura de elite sobre níveis sempre mais impérvios; o
processo é totalmente inverso. A indústria de uma
cultura de consumo dirigida para a provocação de
efeitos nasce antes da própria invenção da imprensa."
(ECO, 1965, p. 77)
A partir disso, argumentam que a industrialização da cultura
como um fenômeno
social é um passo decisivo na formação do kitsch, como o
sistema icônico e simbólico,
destacando no campo após a explosão do pop durante os anos
sessenta.
O kitsch serve tanto à arte como aos objetos
não artísticos. A satisfação em ter aquele objeto, mesmo sabendo muitas vezes que se
trata de cópia, torna-se enorme por ele estar próximo ao objeto real. Com a
aquisição desse objeto, a pessoa percebe que estabeleceu uma relação de
aproximação e de interação entre ele e a sociedade de consumo ou sociedade de massa.
De acordo com a visão de Umberto Eco, o
kitsch procura sempre “provocar efeitos” e entender a reação que os efeitos provocados pela indústria cultural causam no
usuário kitsch e receptor. A globalização estimula a
concorrência entre os produtos que procuram ser conhecidos no mercado do exterior. Por
um lado isso é extremamente saudável, pois todos têm direito a um lugar ao sol e,
para tanto, precisam investir cada vez mais na qualidade dos produtos e
serviços para atender à exigências do consumidor. Por outro lado, isso faz com que venham a usar
estratégias de venda que causam ilusões ópticas aos consumidores.
Pinguim em cima da geladeira
Com o kitsch, o indivíduo pode usar e abusar de coisas que já foi moderno em outra época, sem ser brega! É importante destacar que há uma grande diferença em ser "brega" e "kitsch". “Brega" é quando tudo está errado e fora de um contexto. Já o estilo “kitsch” tem lá a sua classe e até uma certa exclusividade. É um estilo bem pessoal, um estilo próprio, você o recria a seu gosto.
Por Allan Santana
Grupo: Jaqueline Rosa, Letícia Santos, Jeferson Martins, Carla
Santos e Lilian Delfino
Análise de foto segundo o texto 'A
Mensagem Fotográfica' de Roland Barthes
Assim como Roland
Barthes afirma em seu texto, as fotografias em geral, são ao mesmo tempo
denotativas, por possuírem uma autonomia estrutural, uma analogia perfeita da
realidade, sem precisar de maiores explicações. E conotativas, as quais podem
remeter a variados significados, dependendo do "tratamento" de seu
criador.
A fotografia de
imprensa deveria ser denotada, uma vez que serve como informação, sem deixar
espaço para outras interpretações. Mas segundo ele, até o próprio fato de haver
legenda nas imagens, já as conota, pois é impossível a palavra dublar a imagem;
esta conotação tem a função de preservar o "jogo irracional de
projeção-identificação" do 'leitor'.
Observa-se constantemente esse artifício nos jornais, cada um com sua ideologia, usando fotos sobre os mesmos assunto com pontos de vista diferentes, como no exemplo:
Observa-se constantemente esse artifício nos jornais, cada um com sua ideologia, usando fotos sobre os mesmos assunto com pontos de vista diferentes, como no exemplo:
A foto ao lado mostra os desordeiros das
manifestações, chamados de Black Blocs, onde
o fotógrafo se permitiu modificar a paisagem em volta, que está embaçada e os
manifestantes sem máscara estão ao redor destes, passando a imagem de uma minoria.
As máscaras que eles vestem passam a imagem de algo importado, que não faz
parte do Brasil, reafirmando o destaque para eles; foi usado o processo conotativo de
Fotogenia, que no texto diz ser o “embelezamento” por técnicas na foto, puxando
a atenção de quem vê para o que o fotografo deseja.
Culturologia
A Culturologia ou Teoria Culturológica
é uma teoria da comunicação criada na década de 1960, principalmente a partir
da obra de Edgar Morin "Cultura de massa no século XX: o espírito do
tempo".
Esta teoria parte de uma análise da teoria crítica, segundo a qual os mídia seriam o veículo para a alienação das massas. Os culturólogos, por seu lado, vêem a cultura como uma fabricação dos mídia, fornecendo às massas aquilo que elas desejam: uma informação transformada por imagens de grande venda e uma arte produzida na óptica da indústria, ou seja, massificada e vendida pelos mídia como se fosse uma imagem da realidade em que as pessoas vivem.
Segundo eles, a cultura nasce de uma forma de sincretismo, juntando a realidade com o imaginário.
Esta teoria parte de uma análise da teoria crítica, segundo a qual os mídia seriam o veículo para a alienação das massas. Os culturólogos, por seu lado, vêem a cultura como uma fabricação dos mídia, fornecendo às massas aquilo que elas desejam: uma informação transformada por imagens de grande venda e uma arte produzida na óptica da indústria, ou seja, massificada e vendida pelos mídia como se fosse uma imagem da realidade em que as pessoas vivem.
Segundo eles, a cultura nasce de uma forma de sincretismo, juntando a realidade com o imaginário.
Ela parte do pressuposto de que a mídia não produz uma
padronização cultural, e sim se baseia em uma padronização já existente nas
sociedades, que surge a partir de características nacionais, religiosas e/ou
humanísticas. Ou seja, a cultura de
massa não é autônoma, mas depende de muitos aspectos
particulares a cada organização social.
Seguem 2 vídeos explicando melhor
essa teoria. O primeiro é mais explicativo sobre o conceito da Culturologia ou Teoria
Culturológica. O segundo traça um paralelo dos efeitos da teoria na mídia
atual, usando o exemplo da apresentadora Xuxa Meneghel.
Guilherme Fernandes Leite
Teoria Culturológica
“A cultura de massa é uma
cultura: ela constitui um corpo de símbolos, mitos e imagens concernentes à vida
prática e à vida imaginária” (Morin).
Para Morin, a mídia não
produz uma padronização cultural, ela se baseia em uma padronização já
existente nas sociedades, que surgiram a partir de características nacionais,
religiosas e humanísticas. O que nos faz entender que a cultura de massa não
pode ser analisada isoladamente, ela não é autônoma, mas depende de muitos
aspectos particulares de cada organização social.
“Penso que
devemos tentar ver aquilo a que chamamos cultura de massa como um conjunto de
cultura, civilização e história” (Morin).
Um dos maiores problemas da cultura de massa é que com todo o seu poder ela pode acabar corrompendo ou desagregando outras culturas, que não são imunes a este contato. Com isso, a padronização acaba se tornando maior ainda, fazendo com que indivíduos percam cada vez mais o seu "particular" e se encaixe cada vez mais na cultura de massa.
Para alcançar
essa padronização cultural, a mídia faz uso de
estereótipos, que são padrões pré-concebidos. Podemos exemplificar isso ao
analisar as telenovelas, que são um dos principais símbolos da cultura de
massa. Sabendo que o poder da mídia consiste em adequar seus conteúdos às
necessidades e aspirações da audiência, as personagens das telenovelas e a
forma como a trama é conduzida são praticamente sempre estereótipos, com raras
exceções.
Por serem
personagens estereótipos, sempre há uma identificação dos espectadores com pelo
menos um deles, fazendo com que sejam consumidores dessa cultura. E, através
do sincretismo, a cultura de massa age em duas direções: os personagens vivem
por nós, nos desviam da nossa vida e nos consolam pela vida que temos.
Por Gustavo Sampaio
Apocalpticos e Integrados - A estrutura do mau gosto
Umberto Eco
O autor inicia o capítulo falando sobre a dificuldade de definir o mau gosto: '' [...] todos sabem muito bem o que é e não hesitam em individuá-lo e apregoá-lo, mas atrapalham-se ao defini-lo. E tão difícil parece a definição, que até para reconhe-cê-lo nos fiamos não num paradigma. O que vale dizer, das pessoas de gosto: em cujo comportamento nos baseamos para definir, em âmbitos de costume precisos, o bom ou o mau gosto.''
Ele ainda diz que o reconhecimento é instintivo e que deriva da reação irritada a algumas desproporções patentes a algo que parece fora do lugar como a gravata verde sobre um terno azul e conclui dizendo que o mau gosto é individuado como ausência de medida, nesses casos, o mau gosto é individuado como ausência de medida; mas resta, em seguida, definir as regras dessa “medida”, e então nos damos conta de que elas variam com as épocas e civilizações.
Resumindo segundo Umberto Eco, Kitsch é um termo alemão que se refere a uma comunicação que tende a provocar um efeito, sem nenhuma necessidade de levar o espectador a um raciocínio mais apurado e sem nenhuma resposta crítica. É visto como uma falta de medida, o brega, o mau gosto.
Um dos exemplos dessa diferença estética é o caso do retorno da moda dos anos 80. A banda brasileira Restart, por exemplo, retoma um estilo já usado e abusado por bandas latinas como os Menudos na década de 80, as roupas coloridas representam um jeito indisciplinado, moleque e alegre. Isso ocorre porque a indústria cultural precisa movimentar a política financeira e através de mensagens comunicacionais, e a moda restart é imposta a sociedade e aceita pelos jovens, principalmente pela garotada entre 10 e 14 anos tornando um público preguiçoso e alienado totalmente refém da indústria cultural.
O estilo da banda restart que muitos jovens nos dias de hoje tem como exemplo, nada mais é do que uma retomada de um estilo já usado no passado onde que tem por objetivo provocar um efeito no espectador. No estilo da banda o mau gosto é especificado na ausência de medida formando uma confusão de cores.
Por: Bruno de Souza Fonseca
Umberto Eco
O autor inicia o capítulo falando sobre a dificuldade de definir o mau gosto: '' [...] todos sabem muito bem o que é e não hesitam em individuá-lo e apregoá-lo, mas atrapalham-se ao defini-lo. E tão difícil parece a definição, que até para reconhe-cê-lo nos fiamos não num paradigma. O que vale dizer, das pessoas de gosto: em cujo comportamento nos baseamos para definir, em âmbitos de costume precisos, o bom ou o mau gosto.''
Ele ainda diz que o reconhecimento é instintivo e que deriva da reação irritada a algumas desproporções patentes a algo que parece fora do lugar como a gravata verde sobre um terno azul e conclui dizendo que o mau gosto é individuado como ausência de medida, nesses casos, o mau gosto é individuado como ausência de medida; mas resta, em seguida, definir as regras dessa “medida”, e então nos damos conta de que elas variam com as épocas e civilizações.
Resumindo segundo Umberto Eco, Kitsch é um termo alemão que se refere a uma comunicação que tende a provocar um efeito, sem nenhuma necessidade de levar o espectador a um raciocínio mais apurado e sem nenhuma resposta crítica. É visto como uma falta de medida, o brega, o mau gosto.
Um dos exemplos dessa diferença estética é o caso do retorno da moda dos anos 80. A banda brasileira Restart, por exemplo, retoma um estilo já usado e abusado por bandas latinas como os Menudos na década de 80, as roupas coloridas representam um jeito indisciplinado, moleque e alegre. Isso ocorre porque a indústria cultural precisa movimentar a política financeira e através de mensagens comunicacionais, e a moda restart é imposta a sociedade e aceita pelos jovens, principalmente pela garotada entre 10 e 14 anos tornando um público preguiçoso e alienado totalmente refém da indústria cultural.
Banda Restart |
Por: Bruno de Souza Fonseca