Posted by : "TC"endo ideias terça-feira, 12 de novembro de 2013

Livro: Apocalípticos e Integrados / Umberto Eco
  Kitsch e cultura de massa

     Eco (1987), em "Estrutura de mau gosto", afirma que o mau gosto na arte seria a
pré-fabricação e imposição do efeito, que kitsch seria uma espécie de "mentira" ou falta de experiência, o que nos leva ao prazer da estética, mas em uma embalagem,
característica de um público preguiçoso que deseja participar dos valores de beleza, e se convencem disso sem esboçar qualquer esforço. Então, o kitsch fornece uma cultura de massa mais aparente e, portanto, a cultura de consumo.

     Com o apoio dos meios de comunicação de massa, o kitsch alcançou a sociedade de
consumo ou sociedade de massa à qual se destinam os produtos integrantes da cultura de massa. Quando processada pela indústria cultural, a arte resulta num produto de cultura de massa, consumida pela então já instituída sociedade de massa. Muita das vezes, esse tipo de produto de consumo, nasce na própria massa, sendo por ela consumido. É o caso de alguns grupos musicais que surgem fazendo um sucesso fulminante e desaparecem da mídia.

    O kitsch é visto com frequência na arte imagética,  por meio de novelas, música, publicidade e moda. São exemplos de kitsch:  lembrancinhasde viagens turísticas e os utensílios devocionais, nos túmulos localizados nas vizinhanças dos centros urbanos, nas faces externas dos templos evangélicos, em casas noturnas, casas de emergentes sociais, entre outros.

                                                                 Decoração kitsch                                                            
decoração Kitsc

De acordo com Eco:

 "O kitsch não nasce em consequência da elevação da
cultura de elite sobre níveis sempre mais impérvios; o
processo é totalmente inverso. A indústria de uma
cultura de consumo dirigida para a provocação de
efeitos nasce antes da própria invenção da imprensa."
(ECO, 1965, p. 77)

      A partir disso, argumentam que a industrialização da cultura como um fenômeno
social é um passo decisivo na formação do kitsch, como o sistema icônico e simbólico,
destacando no campo após a explosão do pop durante os anos sessenta.  

     O kitsch serve tanto à arte como aos objetos não artísticos. A satisfação em ter aquele objeto, mesmo sabendo muitas vezes que se trata de cópia, torna-se enorme por ele estar próximo ao objeto real. Com a aquisição desse objeto, a pessoa percebe que estabeleceu uma relação de aproximação e de interação entre ele e a sociedade de consumo ou sociedade de massa.

    De acordo com a visão de Umberto Eco, o kitsch procura sempre “provocar efeitos” e  entender  a reação que os efeitos provocados pela indústria cultural causam no  usuário kitsch e receptor. A globalização estimula a concorrência entre os produtos que procuram ser conhecidos no mercado do exterior. Por um lado isso é extremamente saudável, pois todos têm direito a um lugar ao sol e, para tanto, precisam investir cada vez mais na qualidade dos produtos e serviços para atender à exigências do consumidor. Por outro lado, isso faz com que venham a usar estratégias de venda que causam ilusões ópticas aos consumidores.



                                                   Pinguim em cima da geladeira
   
      Com o kitsch,  o indivíduo pode usar e abusar de coisas que já foi moderno em outra época, sem ser brega! É importante destacar que há uma grande diferença em ser "brega" e "kitsch". “Brega" é quando tudo está errado e fora de um contexto. Já o estilo “kitsch” tem lá a sua classe e até uma certa exclusividade. É um estilo bem pessoal, um estilo próprio, você o recria a seu gosto.


Por Allan Santana

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