Archive for agosto 2013

Opinião Pública e a Teoria dos Efeitos Limitados

sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Posted by "TC"endo ideias

Por Jackson Rezende Teoria dos efeitos limitados é uma abordagem para os efeitos da mídia de massa que afirma que os meios de comunicação têm efeitos limitados sobre as suas audiências e/ou na sociedade. Esta abordagem teórica surgiu no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, em grande parte por causa de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia (Paul Lazarsfeld, Bernard Berelson e Hazel Gaudet), que realizou uma série de estudos em Erie County, Ohio, para aprender e porque as pessoas decidiram votar como eles fizeram. O Erie County Study empregou um projeto de pesquisa ao entrevistar os mesmos 600 participantes de sete vezes durante a campanha presidencial de 1940. Os resultados do estudo indicam efeitos limitados no que diz respeito à influência de meios de exposição que conduz a uma alteração na intenção de voto de um candidato para o outro. Em vez disso, eles concluíram que a exposição na mídia levou a um reforço da escolha votando como "correta" entre os participantes, em vez de uma mudança na intenção de voto.
Por isso é importante para compreender os formadores de opinião no campo da comunicação. Formadores de opinião, líderes e seguidores, cada um tem o seu papel na comunicação e acrescentando credibilidade à nossa mensagem. líderes de opinião. Este é um ponto que pode influenciar a mensagem para o público, mas que não é visto como um exoert em seu campo. Eles podem pegar suas informações de meios de comunicação ou pode comentar sobre blogs. formadores de opinião. De outro lado estão os seguidores de opinião, esta é a maioria do público que estão associados com os consumidores à procura de informações para orientação de fontes como os meios de comunicação. Um exemplo de formador de opinião hoje é a figura de Arnaldo Jabor, sua a credibilidade o mantem um status que lhe associa um público muito grande, além disso, uma longa carreira de exposição a midia o concedeu uma intimidade maior com as pessoas. Conseguindo atingir vários meios de comunicação é evidente a sua influência na sociedade, suas abordagens políticas são até mesmo entendidas como críticas.

Posted by "TC"endo ideias
                     A Indústria Cultural e a Dialética do Esclarecimento

                                                                                                                                  Por Marcelo Nogueira



Adorno e Horkheimer, pensadores da escola de Frankfurt , criaram o conceito de industria cultural e a criticaram em sua principal obra, a Dialética do Iluminismo.
Para eles a indústria cultural funciona como uma articuladora do sistema sócio-econômico capitalista avançado, e a manifestação individual é combatida através de culturas de consumo e de processos  de formadores de opinião.
Em Dialética do Iluminismo os autores entendiam que o nos tempos modernos foi criada a ideia de seres livres e distintos, e que poderíamos criar uma sociedade igualitária e justa para toda realização individual. Em outros tempos a modernidade proporcionou ao homem liberta-se de autoridades míticas e de opressões sociais. Mas esse processo se mostrou deficiente ao analisar o século passado; vimos  que esse avanço causou uma dependência do individuo ao sistema, trazendo vários problemas que estão na base de vários conflitos sociais, políticos e existenciais.
No filme Matrix, a humanidade se tornou refém de sua própria evolução, as maquinas passaram a alimentar e a influenciar a consciência humana de uma forma literal. Quando o individuo descobre que vive em um mundo ilusório, o mundo da matrix, ele decidi por si, dependendo somente dele sair e conhecer uma nova realidade.
O filme pode ser usado como um exemplo apocalíptico dessa tese.
Nos dias atuais, podemos ver uma dependência da tecnologia já presente na sociedade, smartphones, Google glass, e outros aparelhos  que nos deixa cada vez mais próximos da alienação cultural.

Ou seja, o avanço tecnológico, econômico e cientifico, não proporcionou um esclarecimento da humanidade, mas o aparecimento de uma serie de patologias culturais que assola todas as camadas da sociedade.





bibliografia: Teorias da Comunicação - Rudiger, Francisco 
Thiago Reis Andrade


Indústria Cultural e as telenovelas


A Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo como sistema econômico predominante modificaram por completo a arte e a maneira como ela era vista pela sociedade. Segundo Adorno e Horkheimer, a transformação da Indústria Cultural em mecanismo para obtenção de lucros alterou a capacidade crítica do público, moldou seu pensamento, transformando a arte em mercadoria, sujeita às leis da oferta e procura do mercado.

Outra faceta da Indústria Cultural é sua capacidade de atingir muitas pessoas ao mesmo tempo. Para tal, ela utilizou-se de todas as plataformas para conseguir impor-se perante a sociedade. Se começou na reprodução das obras de arte e dos livros, hoje ela passa pelo cinema, jornal, rádio, revistas e principalmente, a televisão.

É na TV que se concentra uma das criações mais fortes dessa indústria, as telenovelas. Conhecidas em outros lugares como seriados, representam fielmente os princípios externados por Adorno e Horkheimer. Se transformaram em modeladores de comportamento, de esteriótipos, de vestimenta, etc. Pelo menos no Brasil, as novelas conseguiram tamanha credibilidade e fidelidade, que são absorvidas quase que cegamente pelo público. Em muitos casos, guiam o foco sobre determinados dilemas sociais, abordam temas polêmicos, mas não fogem do papel de construtores de uma maneira de pensar, agir, fazer. Não permitem entregar ao consumidor o papel crítico que lhe deveria caber. Não oferece conteúdo capaz de fazê-lo pensar por si só e, chegar assim, a suas próprias conclusões.

A criação das estrelas de Hollywood, figuras que personificam as intenções da Indústria Cultural também pode ser vista nas telenovelas. O personagem mais comentado da novela "Amor à Vida", Félix, é um exemplo do alcance que os personagens dessas novelas podem ter. Virou febre, capa de revistas, tema de programas da tarde de outros canais, assunto nas conversas informais do dia a dia. Seus jargões se repetirão por meses, até que outro personagem, de outra novela, venha substituir esse papel, mostrando a necessidade de reciclagem constante para não perder a atenção dos telespectadores. Esse ciclo se repete há anos, e faz parte da "receita" que constrói o fio condutor do enredo da maioria dessas obras. Por mais estranho que possa soar, outros personagens já ocuparam esse "papel". Bebel, prostituta de "Paraíso Tropical", Jade, propulsora de milhares "odaliscas de araque" em "O Clone", e Renato Mendes, vilão ostentador da novela "Celebridades". São personagens que ultrapassaram a imagem dos próprios atores que os interpretaram. Foram, nas suas respectivas épocas, instrumentos da Indústria Cultural para estabelecer estímulos de consumo e padronização comportamental em massa.

Mais uma evidência da mercantilização dessas obras se deve ao fato de muitas delas serem vendidas para reprodução em outros países, deixando claro o cunho capitalista por de trás das novelas. Há quem dirá que é uma forma de expandir ou exportar a cultura local para outra regiões do mundo, mas depois de entendidas as teorias de Adorno e Horkheimer, e principalmente, através das aulas da nossa professora Gabriela, fica difícil acreditar nessa possibilidade.

Corrente Funcionalista

Posted by "TC"endo ideias
   Por Fernanda Castilho.


A corrente funcionalista traz a reflexão de que a sociedade é um conjunto de sistemas interligados que dão suporte às estruturas sociais. A sociedade é vista como um corpo humano, dividida em partes onde cada uma exerce uma função, e a comunicação é parte essencial para o equilíbrio social. Se diferencia das teorias anteriores pelo fato que não já não se busca os efeitos causados pelos mass media e sim sua função, e também não analisa somente “campanhas” (eleitoral, informativa, etc.) e sim a presença normal dos mass media na sociedade.. As funções são: dar status social, quando um meio de comunicação enaltece e coloca padrões para certa atividade ou coisa, um exemplo são os padrões de beleza; manutenção e controle do modelo de sociedade a seguir e reforço de normas; a perseguição de objetivos; a integração; denúncias e alertas gerais para a população sobre ameaças e perigos previstos; dar credibilidade a um produto; promover eventos ou ideias de acordo com o investimento. Desempenha a tarefa de realçar e reforçar os modelos de comportamento existentes no sistema social.
   Podem também ser disfuncionais, na questão de que fluxos informativos que circulam livremente poderem ameaçar a estrutura social. Estas disfunções são chamadas disfunções narcotizantes. Um exemplo são as notícias alarmantes que podem provocar reações de pânico em vez de reações de cuidado e vigilância. Também informações em excesso pode levar a pessoa a ter uma participação passiva sobre tal assunto, levando a comodidade e a inércia, alienação. O conformismo também se dá não somente pelo que é dito, mas também sobre tudo que não é dito, deixando de levantar as questões importantes sobre a estrutura social. Descartam algumas coisas quando isto se choca, vai contra o lucro econômico.
   Sobre as disfunções, o teórico Lazarsfeld diz: “define-se como disfunção e como função, partindo do princípio de que a existência de grandes massas de população politicamente apáticas e inertes é contrária ao interesse de uma sociedade moderna [...] O cidadão interessado e informado pode deleitar-se com tudo aquilo que sabe, não percebendo que se abstém de decidir e de agir. Em suma, considera o seu contacto indireto com o mundo da realidade política, a leitura, a audição da rádio e a reflexão como substitutos da ação. Chega a confundir o conhecimento dos problemas do dia com o fazer qualquer coisa a propósito [...] É evidente que os meios de comunicação melhoraram o grau de informação da população. Contudo, pode acontecer que, independentemente das intenções, a expansão das comunicações de massa esteja a desviar as energias humanas da participação ativa para transformá-las em conhecimento passivo”.

                   Imagem de uma cidade vista de cima, semelhante à um chip, referência aos sistemas interligados.

Agenda setting

Posted by "TC"endo ideias
                               Vou ligar a "TV" para ver sobre o que vou falar hoje
    A hipótese do  ”agenda setting” está relacionada à influência que a mídia exerce no pensamento do cidadão. Os setores midiáticos selecionam os temas que serão veiculados, e acabam apagando os demais temas que não entraram na pauta de informação daquele dia. Um assunto que é noticiado com determinada força na sociedade acaba colocando os assuntos não veiculados na zona do esquecimento, mesmo que aqueles sejam de grande importância.             
     Os estudos relacionados aos efeitos dos mass media  têm relevância para a sociedade, uma vez que se entende  como estes meios influem na estruturação da opinião pública. O poder dos meios de comunicação no dia a dia das pessoas é notável, visto que temos um contingente enorme de informações que são disseminadas por estes canais. O assunto das conversas interpessoais é sugerido pelos jornais, televisão, rádio e internet, propiciando aos receptores a hierarquização dos assuntos que devem ser pensados/falados. A realidade social passa a ser configurada por um cenário montado e fabricado pelos mass media.
    A mídia tem a capacidade de influenciar a projeção dos acontecimentos na opinião pública. Um exemplo são as manifestações que tem ocorrido no país. A mídia seleciona o que será enfatizado dentro desse contexto. No início, a foco estava sobre algumas pessoas que estavam vandalizando. Imediatamente a opinião pública se deu contra todos os manifestantes, como se todas as pessoas estivessem indo às ruas com o intuito de fazer bagunça e sem nenhum propósito. Já outra emissora deu mais atenção ao papel da polícia dentro do movimento.

   Concluindo, os assuntos abordados pela mídia acabam tomando espaço na chamada agenda social.

Júlia Romagnoli
Por: Mariana Reis.


O funcionalismo pode ser compreendido como uma corrente teórica, com base no pensamento sociológico, no qual os processos sociais são estruturados em sistemas, tendo em vista a manutenção do funcionamento da sociedade de forma equilibrada. Segundo a proposta de Von Bertalanffy – que estruturou a teoria dos sistemas – um sistema é um conjunto no qual as partes que fazem parte desse ambiente interagem de forma integrada. (TEMER; NERY, 2009, p. 54).
    Neste sentido, a teoria Funcionalista visa introduzir o sentido da mensagem e a função que o mass media provoca, através de um  modelo, que atinge seu receptor de forma efetiva para supervisionar e moldar os valores no contexto social. A interação entre os integrantes de um grupo é analisada  e uma das questões em que  o funcionalismo se baseia é a formação de um perfil e adequação do meio de divulgação escolhido no processo.
    Harold Lasswell já defendia a premissa de que a comunicação é intencional e as pessoas influenciam na postura das outras por meio do envio de mensagens. Mas se antes o espectador tinha posição passiva, atualmente, com a mudança do analógico para o digital e o advento da internet , o receptor passa a ser um usuário ativo e interage com o sistema midiático.
A metodologia do sistema desenvolvido, prevê o alcance do receptor através do ajuste dos mass media, com intuito de manter a ordem da sociedade. A configuração tradicional do meios, teve que sofrer adaptações em seu formato e explorar novas plataformas que dimensionam e integram as pessoas no processo comunicativo.
O grandes canais de comunicação, começaram a transferir seu conteúdo informativo e recreativo para a internet. Adaptaram sua estética e linguagem, moldaram a programação proporcionando maior interatividade com o público-alvo e permitindo o acesso mais amplo, utilizando de instrumentos como : assinaturas online, newsletter, espaço para sugestões e redes sociais.  Todas essas mídias reconfiguram a mensagem  e a tornam mais incisiva, o bombardeamento de dados ultrapassa os limites da tela da tv, do rádio ou do papel e chega aos celulares, tablets e notebooks.
A remodelagem do conteúdo informativo, chega à internet ( principalmente às redes sociais), com uma abordagem mais dinâmica e informal, provocando a banalização de alguns temas, que ao serem transmitidos com muita intensidade na internet, colaborando para a disfunção narcotizante.Com a veiculação de uma notícia diversas vezes na tv, rádio e jornal, acrescido do material disponível no site das empresas de comunicação e da abordagem descontraída e  humorística nas redes sociais a mensagem perde parte de sua crítica e relevância.  
Podemos demonstrar essa situação, baseado em uma edição da revista Veja, que ilustra as ações de Dilma relativas à inflação. Como o tema é de relevância nacional, os perfis humorísticos da internet criaram versões criativas que fazem referência ao tema. A ação através dos meios tradicionais em concomitância com a internet, viabilizam a ampliação no volume de informações, mas ao mesmo tempo podem anular o efeito crítico que nelas está intrínseco.

Capa Editada para Facebook.

Capa original da Revista Veja.





Por Tarcísio Henrique da Cunha Altomare

Quando tentamos relacionar os pensamentos de Herbert Marcuse com o modelo de sociedade consumista dos nossos dias, vemos que muitas de suas considerações são válidas, mesmo tendo se passado quase quarenta anos após sua morte.

Para Marcuse, as sociedades modernas são vítimas de uma dominação da técnica sobre o homem, isto porque as falsas necessidades geradas pela industria forçam o individuo a entrar em uma busca interminável por uma satisfação passageira, já que novas necessidades serão criadas em seguida. Essa busca interminável sufoca o pensamento individual que poderia levar a uma quebra do ciclo, ou a um rompimento com o modelo atual que geraria uma revolução na sociedade.

Marcuse também acreditava que qualquer mudança considerável nessa sociedade de consumo só poderia vir da juventude, que já tem por natureza a necessidade de quebra com os costumes e contestação da ordem vigente. Para ele, o povo não serviria como massa de manobra em uma possível revolução por já estar demasiado preso às necessidades e funções impostas pelo sistema.

Suas considerações sobre o poder de mudança dos jovens foram colocadas à prova durante os movimentos estudantis na França de 1968. As revoltas partiram da juventude e contagiaram parte do proletariado, parando o país através de greves e forçando mudanças sociais importantes. No entanto, o principal legado daqueles movimentos foi mostrar a capacidade da juventude de lutar contra as ideias impostas pela ordem vigente e reafirmar a liberdade individual.

Nos protestos que ocorreram e ainda vem ocorrendo no Brasil, iniciados em junho desse ano, a juventude também agiu como o estopim de uma revolta contra a ordem atual. As manifestações não tinham um objetivo traçado, começaram com o pedido por queda nas tarifas de transporte, mas, só atingiram seu ápice, quando a luta se virou contra tudo e todos.

Marcuse dizia que o homem deveria se libertar para dominar a técnica como ferramenta de mudança social, o que começou a acontecer com o uso da internet para divulgar as manifestações. Porém, com o tempo, o outro lado da moeda apareceu e se tornou a maior fraqueza do movimento, quando essa mesma ferramenta se tornou a razão pela qual as pessoas saíam as ruas. O pensamento de mudança foi esquecido, porque participar dos protestos se tornou a nova necessidade de uma sociedade na qual divulgamos tudo o que queremos ser e esquecemos de pensar se o que queremos é mesmo necessário.

O rompimento total com o sistema, que Marcuse prega, mas ao qual se refere como quase utópico, está mesmo longe de acontecer. Ao passo que desenvolvemos a técnica e somos envolvidos por ela, tudo caminha na mais perfeita ordem. O  caminho alternativo se separa da estrada, dá algumas voltas, causa pequenos transtornos, mas acaba se encontrando com ela novamente e seguindo para o futuro através de um horizonte tranquilo.

Abordagem empírico-experimental no contexto cinematográfico

quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Posted by Lucas Gonçalves
Por Lucas Gonçalves Ferreira.

A teoria empírico-experimental da comunicação, também conhecida por teoria da persuasão, carrega a ideia de que dentro da comunicação pode haver influência e persuasão. Entretanto, para que isso se concretize, deve ser realizada uma pesquisa para que se entenda a necessidade de um "público-alvo". Suas características psicológicas devem ser atendidas e a comunicação deve se adequar aos fatores pessoais do destinatário.  Para se obter sucesso (conseguir alcançar a persuasão), deve haver uma pesquisa dos fatores ligados a audiência. Precisa-se entender o interesse do indivíduo em adquirir a informação, escolher quais meios comunicativos irão atingir o público com maior eficácia, sem contar que a credibilidade do comunicador também é um ponto importante. Caso isso ocorra, a comunicação poderá obter consideráveis efeitos. A teoria da persuasão pode ser exemplificada facilmente com campanhas propagandísticas, publicitárias e até mesmo eleitorais. 

 Persuasão em forma de publicidade no comercial da Leite Ninho nos anos 50

Porém também podemos encontrá-la, talvez de forma não tão explícita, no cinema. O cineasta Alfred Hitchcock, por exemplo, parece ter compreendido a teoria empírico-experimental como nenhum outro cineasta conseguiu. Em Psicose, de 1960, há uma grande exploração do teor psicológico dos espectadores(audiência) e da mensagem(no caso a fotografia do filme, roteiro e trilha sonora). Ele utiliza frequentemente a perspectiva do personagem para inserir o expectador no contexto de uma determinada cena, permitindo-o entender o que o personagem está sentindo. Isso gera, propositalmente,o sentimento de empatia ou identificação. Hitchcocck faz com que o psicológico dos espetadores seja trabalhado sentindo medo, ansiedade e o susto que o personagem sentiria. O mesmo disse ao diretor e um dos fundadores do movimento cinematográfico Nouvelle Vague, François Truffaut, certa vez: "Consegui usar arte cinematográfica para realizar uma certa comoção em massa".
Não há como contestar! O receptor está influenciado e completamente persuadido pela obra cinematográfica. A própria construção do filme é toda baseada neste conceito. A fotografia muda rapidamente nos momentos de tensão enquanto a trilha sonora gera no espectador uma sensação de perigo.

Cena do chuveiro - Psicose (1960)

Outra característica da Teoria da Persuasão que cabe perfeitamente nesta ligação feita com o cinema (com os filmes de Hitchcock), é a questão da confiança do receptor com o emissor da mensagem. O receptor acaba depositando uma confiança no emissor, por já ter se "transformado" em um observador compulsivo da tela. Ou seja, pelos espectadores já estarem se sentindo parte da trama, por estarem completamente persuadidos/influenciados por ela, tendem a acreditar naquilo que estão vendo.

Alfred Hitchcock
Posted by "TC"endo ideias

Indústria Cultural



Por Matheus Medeiros

A indústria cultural pode ser definida como o conjunto de meios de comunicação como, o cinema,o rádio, a televisão, os jornais e as revistas, que formam um sistema poderoso para gerar lucros e por serem mais acessíveis às massas, exercem um tipo de manipulação e controle social, ou seja, ela não só edifica a mercantilização da cultura, como também é legitimada pela demanda desses produtos.
A tecnologia da montagem e do efeito e o realismo exagerado faz com que o cinema ande muito rápido para permitir reflexão do seu espectador, fazendo com que o indivíduo passe a se integrar à multidão, por outro lado, o rádio enquanto comando aberto e de longo alcance passou a ser o instrumento que coloca o discurso como verdadeiro e absoluto às massas.
Esses produtos passaram por uma hierarquização quanto à qualidade, no sentido de
privilegiar uma quantificação dos procedimentos da indústria cultural, não há uma preocupação exata com seu conteúdo, mas com o registro estatístico dos consumidores.
Tolhendo a preferência da massa e instaurando o poder da técnica sobre o homem,a indústria cultural cria condições favoráveis para a implantação de seu comércio. O valor de uso é absorvido pelo valor de troca em vez de prazer estético, o que se busca é conquistar prestígio e não propriamente ter uma experiência do objeto.
O filme sonoro e a televisão podem criar a ilusão de um mundo que não é o que a nossa consciência espontaneamente pode perceber, mas uma realidade cinematográfica que interessa ao sistema econômico e político no qual se insere a indústria cultural. Pela cultura de massa, o homem é subordinado ao progresso da técnica e esta destrói, fragmenta-o em sua subjetividade para dar lugar a razão instrumental, ou seja, a razão é reduzida a instrumentalidade.
Desde o início da civilização ocidental moderna já existia a arte erudita e uma outra popular, que supria exatamente a função de entretenimento que a indústria cultural tem hoje. Mesmo as puras obras de arte, que negam o caráter mercantil da sociedade, pelo simples fato de seguirem sua própria lei, sempre foram ao mesmo tempo mercadorias, à medida que estavam subordinadas aos seus patronos e aos seus objetivos destes.
Adorno e Horkheimer relacionam ainda as obras de arte a mercadorias culturais, cujos objetos estáticos estão sujeitos a uma inversão da finalidade sem fim.Na comparação das obras de arte com as mercadorias culturais existem tópicos mais internos como o estilo, trágico e catártico e a sublimação, sendo este último um conceito que vem da psicanálise. O estilo significa também que os detalhes do construto não interagem com sua totalidade e podem ser substituído por outros elementos sem que ela se modifique propriamente. O elemento trágico fornece à indústria cultural uma presumida profundidade que a pura diversão não poderia oferecer, mas de um modo completamente deturpado: é reduzido à ameaça da destruição de quem não
coopera, enquanto na verdade seu sentido paradoxal consistia, no teatro negro. No âmbitoda indústria cultural, o trágico se dissolve na falsa identidade da sociedade e do sujeito, de um modo que se refere novamente ao modo de operação mais típico daquela. Para Adorno e Horkheimer a liquidação do trágico confirma a eliminação do indivíduo, bem como ao desenvolvimento de um tipo de sadomasoquismo que se expressa até mesmo na programação infantil, possivelmente com o objetivo de que desde criança as pessoas se habituem a apanhar dos mais fortes e, se for o caso, golpear os mais fracos, assim como o
Pato Donald há também na vida real os que recebem uma surra para que os espectadores possam se acostumar com a que eles próprios recebem. A sublimação nas obras de arte, se traduz no fato de que mesmo a representação de nus na pintura, na escultura, no teatro etc.,nunca foram exibições sexuais, seu caráter de linguagem, se sobrepunha ao apelo sensual que pudesse estar contido numa expressão estética
desse tipo.
A indústria cultural mostra a regressão do esclarecimento na ideologia, que encontra no cinema e no rádio sua expressão mais influente,a medida que eles não passam de um negócio rentável aos seus dirigentes. O esclarecimento como mistificação das massas consiste,sobretudo, no cálculo da eficácia e na técnica
de produção e difusão. Os autores mostram que, a despeito de sua postura aparentemente democrática e liberal, a cultura massificada realiza impiedosamente os ditames de um sistema de dominação econômica que necessita,entretanto, de uma concordância das pessoas para a legitimação de sua existência.

A teoria funcionalista e a problemática social

Por Carla Ramalho Procópio

        

Para analisarmos e entendermos as personagens que participam do processo da comunicação, é preciso distinguir duas partes essenciais desse processo: o meio de comunicação e o indivíduo/grupo comunicado.
Numa visão global a respeito dos meios de comunicação de massa, a teoria funcionalista estuda as funções que tais mídias exercem na sociedade. É uma área de conhecimento que investiga sobre os conflitos que podem ser gerados pelos mass media.
A mídia, de uma forma geral, só afetará o indivíduo se esse já tiver uma pré disposição a aceitar o conceito transmitido. O que se produz é resultado de uma específica demanda social.
Antes de tudo, os meios de comunicação de massa servem para alertar a população sobre assuntos relevantes e fornece instrumentos para que ferramentas da sociedade sejam aplicadas, como convenções econômicas. Além disso, reforça as normas sociais, fazendo com que os indivíduos se eduquem para viver em sociedade.
Na eleição presidencial de 1989, tivemos o exemplo claro desse efeito da mídia. O jogo de imagem e impressões feito pela Globo sobre os candidatos Luís Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello foi completamente tendencioso. As pesquisas não apontavam Collor com grande vantagem, mas no final da eleição, foi ele quem venceu. Esse resultado foi conseqüência de um conceito que a mídia expôs aos telespectadores, de que Collor era um candidato aliado aos valores da família, bem apresentado e com jovialidade. Já Lula, trazia toda a imagem negativa da ideologia de esquerda, sendo caracterizado como monstruoso e antiquado. 
Por mais que a TV tenha forças para influenciar o comportamento da sociedade, ela não o faz sozinha. Essa indução só aconteceu, pois a sociedade da época estava enraizada nesses conceitos e valores, e deu abertura para esse tipo de construção de identidade.

A sociedade constrói sua TV, e como conseqüência, a TV constrói a sociedade.


Walter Benjamin

Posted by "TC"endo ideias
Walter Benjamin foi um dos filósofos mais importantes na modernidade, nasceu em 15 de Julho de 1892 em Berlim na Alemanha, era crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo e fez parte da conhecida Escola de Frankfurt.
Benjamin era inspirado por pensadores marxistas e se aproxima da filosofia juntamente com Theodor Adoro; com o passar dos anos desenvolveu idéias ligadas a obra de arte, fato que o levou a criar uma de suas obras mais famosas “A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica (1936)”, nela, Benjamin via na tecnologia de reprodução das produções artísticas uma vantagem e uma desvantagem; por um lado, ela destruía o legado da cultura ancestral, destruindo sua “aura” e, por outro, propiciava à população uma nova interação com a obra de arte, a qual previa que esta produção poderia se converter em um meio poderoso de sublevação dos mecanismos sociais. 
Benjamin se suicidou aos 48 anos em 27 de setembro de 1940 na cidade de Portbou na Espanha, enquanto fugia das forças nazistas; sua morte levanta um grande mistério até os dias atuais.

Ramon Toledo do Carmo
A Indústria Cultural nos dias atuais
Nicole E.C. Martins

   O atual mundo político-econômico provocou o nascimento de uma sociedade capitalista, voltada para o consumo e que necessita, a todo o momento, estar informada, atualizada (e alienada!) sobre muitos assuntos, de forma geral. Porém, essa nova sociedade de consumo, não se contenta somente com a informação, na verdade, esta pouco a interessa, o que ela realmente precisa é consumir, ter, comprar e adquirir.
  Aproveitando esse novo momento da sociedade, os empresários e investidores do ramo do entretenimento, anteriormente, pouco lucrativo, empenharam-se em criar produtos que se referissem a essa cultura de massa.
 A produção da indústria cultural  possui padrões de imagem cultural pré – estabelecida e que é capaz de conquistar o interesse das massas sem que se trabalhe o caráter crítico do expectador.
   Esse tipo de produção cultural, no Brasil, é um pouco diferenciado da maioria dos países. Por ser um país extremamente diversificado, com aspectos culturais específicos de cada região e, até mesmo dos estados, a sua produção do entretenimento se volta para a cultura internacional, como programas de auditório, reallity shows, filmes e séries, que possuem maior parte dos investimentos, focando em culturas estrangeiras em detrimento da cultura nacional. Mas também não se pode deixar de destacar as atividades praticadas no país, como as novelas e a produção artística de cantores e apresentadores, nas regiões mais desenvolvidas do país, sul e sudeste, que detém grande parte do monopólio industrial e financeiro,




    A arte, por si só, é transformada em produção. Não se tem mais o aspecto de originalidade, nem a minúcia da obra, o que se quer é a produção em série, nos mais variados artigos, necessários ou supérfluos, dependendo do ponto de vista do consumidor, que ingere sem perceber quase tudo que lhe interessa destacado na mídia como produto interessante de se ter.

    A ideia do “ter” difundida pela cultura de massa e intensificada pela Indústria cultural, está extremamente presente na sociedade atual. A maior presença deste tipo de mercantilização cultural é através das tecnologias, sempre em crescente avanço. Assim, a cada mês há uma inovação de celulares, computadores e outros objetos que fazem o “meio-termo” desses dois. Assim, quem não adquire esses produtos com a mesma velocidade em que são criados e destinados ao mercado, está fora do determinado círculo social, não faz parte daquele grupo apenas porque não se insere nos padrões ali estipulados.

Encontrei também um vídeo no youtube que mostra essa questão ligada às tecnologias, e é bastante interessante, segue o link.  http://www.youtube.com/watch?v=WDFkHCfVe5Y



Benjamin e a aura

Posted by "TC"endo ideias
Por: Otávio Botti

Nascido em Berlim, Walter Benjamin se consolidou como um dos grandes estudiosos da indústria cultural e da comunicação de massa. Adepto da teoria crítica, Benjamin foi influenciado por grandes nomes como Brecht e Lukács. Foi também um dos membros da Escola de Frankfurt. Tendo uma grande importância no campo da comunicação, recebeu retaliações por suas idéias e por ser judeu. Morre em 1940, possivelmente, cometendo suicídio.

Walter Benjamin 
Dentre várias idéias apresentadas pelo crítico, a que mais se destaca é a sua teoria sobre a "aura", evidenciada em seu ensaio chamado "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica". Em sua obra, ele diz que, inicialmente, o público tinha uma experiência única com as obras de arte, o que ele chamava de "aura". Com o advento da fotografia, por exemplo, essa "aura" foi perdida pois se reproduziam obras de arte, de modo que, seria impossível distinguir a original e a cópia. Aquela experiência única diante de uma obra de arte foi perdida.

Com a reprodutibilidade técnica fica díficil distinguir a obra original da cópia
O fim da "aura" foi tratado de forma positiva por Benjamin, que tratava esse fim como uma forma de popularização da arte. Obras de arte restritas, até então, aos mais ricos, agora estavam ao alcance de todos. Apesar de ser da Escola de Frankfurt, Walter bateu de frente com as idéias de Adorno e Horkheimer, que consideravam a perda da "aura" como uma forma de se perder, também, a originalidade da obra. Dando as cópias um valor mercadológico elevado, fortalecendo a indústria cultural.

Indústria Cultural

terça-feira, 20 de agosto de 2013
Posted by "TC"endo ideias

Por Mateus Figueiredo
O conceito de indústria cultural foi criado pelos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer, membros da escola de Frankfurt, eram totalmente influenciados por conceitos marxistas. O que se pode perceber se analisarmos a crítica desenvolvida pela escola á cultura de massa, á sociedade de consumo e principalmente ao capitalismo.
O termo “Indústria Cultural” foi empregado pela primeira vez no capítulo O iluminismo como mistificação das massas no ensaio Dialética do Esclarecimento, publicada em 1947. Para os dois, uma obra é livre a partir do momento em que está em oposição à sociedade. No entanto, isso se tornou impossível dentro da ótica comercial a qual foi colocada a arte, ajudando a sufocar as obras com críticas sociais impossibilitando uma maior formação intelectual dos admiradores de arte.
O conceito de “Indústria Cultural” diz respeito ao profundo processo de mercantilização da arte, empregando o pensamento industrial a produção e a comercialização das obras. Esse conceito de arte feita não valoriza o conteúdo do produto cultural, e sim o seu potencial de gerar lucro, fazendo com que a autenticidade da expressão artística não seja valorizada. 
Podemos citar a indústria fonográfica com composições cada vez mais pasteurizadas, ou então o cinema com filmes, que nos dias atuais, não se preocupam com o conteúdo passado e sim com a bilheteria. Podemos citar a TV também, programas de análise ou com debates mais profundos raramente estão presentes na TV aberta, e quando estão, são reservados horários de baixa audiência.
Os programas de conteúdo mais elaborado são encontrados normalmente nas redes de televisão públicas, que no Brasil não estão entre as redes com maior audiência, ao contrário dos países europeus onde as redes públicas ainda possuem um público cativo.
Isso remonta as diferenças estruturais no surgimento da TV brasileira em relação aos países europeus. Na Europa a TV surgiu baseada em canais estatais, Inglaterra (BBC), Alemanha (ARD e ZDF), Portugal (RTP), Espanha (TVE), Itália (RAI) e França (France Televisión). Enquanto no Brasil se privilegiou o modelo americano de televisão, baseado sempre nas TVs privadas. O que acaba representando uma grande diferença de conteúdo, justamente pelo motivo de as redes públicas não possuírem interesses de propaganda, visto que suas receitas são provindas dos impostos.

Um dos exemplos que pode elucidar essa diferença seria um documentário produzido pela rede britânica BBC em 1993, Muito além do cidadão Kane trata da história da Rede Globo e sua relação próxima com o poder ditatorial que governou o Brasil por 21 anos. Mas à medida que o documentário se desenvolve começa uma análise muito interessante sobre o tipo de TV presente no Brasil, uma análise feita por ingleses onde a TV pública representada pela BBC é fortíssima, com a diferença de visão fica claro o antagonismo.

A diferença na produção é enorme, a BBC produz diversos documentários todos os anos, muitos deles para os seus canais abertos. Um deles é o Panorama, um programa/documentário de 30 minutos exibido sempre as terças-feiras com um tema específico. Um dos mais famosos foi o Panorama: The Truth About Supermarket Price Wars (a verdade sobre a guerra dos preços nos supermercados), em que revelou a prática de cartel das redes de varejo na Inglaterra.


Talvez seja necessário repensar sobre a qualidade da produção televisiva, a ótica de mercado e nisso está inserida a indústria cultural, é muito prejudicial à independência das produções e a prática de cidadania com  a TV.

Habermas - Comunicação e mídias

domingo, 18 de agosto de 2013
Posted by "TC"endo ideias

      Por Allan Santana

      Habermas é único em seu modo de pensar, seu jeito de agir e filosofar. Critica a Escola de Frankfurt , não aceita a pós modernidade e há mais de trinta anos  sua tese sobre a decadência da esfera pública burguesa ainda é motivo de polêmica.
      Para Habermas, a comunicação comanda o processo de evolução social, na medida em que a passagem da conversação para a discussão pode ser projetada historicamente como processo de passagem das formas de entendimento tradicionais para as formas de entendimento modernas. O mundo da vida que abriga o processo comunicativo e se reproduz  pelo trabalho, fornecendo nossas condições materiais e simbólicas de vida,  pode ser racionalizado pela comunicação humana. O homem tem a capacidade de questionar e transformar comunicativamente essas condições; nasce e relaciona-se com seus semelhantes por meio de mecanismos que, em princípio, contêm  o conceito de um mundo da vida estruturado como uma comunidade de comunicação.
      A linguagem é exonerada da função de mecanismo coordenador da ação. As mídias liberam a ação social dos processos de formação do consenso, assentando-a sobre uma racionalidade  instrumental; os mecanismos de integração simbólica são progressivamente substituídos por mecanismos de integração sistêmicos. A comunicação passa a ser comandada por meios deslinguistizados, em que pontifica o dinheiro, surgido com o capitalismo.
      A racionalização comunicativa do mundo da vida possibilita um aumento da complexidade de sua reprodução material que, em certo patamar, passa a requerer o desenvolvimento de mídias sistêmicas. Paradoxalmente, porém, estas tendem, em seguida,  a tirar sentido do emprego da competência comunicativa e a desonerar as pessoas da necessidade de se comprometerem com a própria comunicação.
      As tecnologias de comunicação se transformaram, ao mesmo tempo, em meios de controle sistêmico e meios de reprodução simbólica da comunicação: meios de controle enquanto aparatos submetidos à racionalidade mercantil ou burocrática; meios de reprodução enquanto formações simbólicas tecnologicamente enxertadas no mundo da vida.

    Os meios de comunicação  constituem formas generalizadas de comunicação, na medida em que condensam materialmente e expandem coletivamente o conhecimento cultural, mas ambivalentes, na medida em que são formas colonizadas pelos meios de controle sistêmico representados pelo poder e dinheiro.
        
    Habermas trabalha com a hipótese de que:        
     "Os meios de comunicação de massa podem, certamente, escalonar, matizar e condensar os processos de entendimento, mas só imediatamente podem  descarregar  as  interações das tomadas de posição afirmativas ou negativas frente às pretensões de validade suscetíveis de crítica, pois as comunicações, mesmo sendo abstratas e empacotadas, nunca podem ser  fiavelmente blindadas contra a possibilidade de serem contraditas por atores capazes de responder autonomamente por seus próprios atos." (Habermas, 1987)

Habermas: Comunicação e Mídias (por Wuilton Paiva)

terça-feira, 13 de agosto de 2013
Posted by "TC"endo ideias
Habermas 

Comunicação e mídias de comunicação

Uma sociedade somente evolui colocando em xeque suas concepções tradicionais e reavaliando suas ideias. A evolução social se dá através da comunicação, a partir da reconstrução dos padrões tradicionais, adaptando-os ao mundo atual. Isso se dá por meio de uma substituição de ideias, tais como a visão de mundo, as formas de entendimento da sociedade, etc.; em que as tradições culturais são colocadas à prova..
O homem, a partir dos ensinamentos advindos de sua relação com o mundo da vida (vivência-experiências durante toda a vida), tem base e capacidade para questionar e transformar comunicativamente as condições de vida colocadas pelo mundo da vida. É como se fosse um ciclo de retroalimentação:

                                 Mundo da vida à Homem àMundo da vida

Ocorre, assim, uma troca de influências entre o homem e sua comunicação, com o meio em que está inserido. Essa troca traz um desenvolvimento mútuo do homem e do mundo da vida. A racionalização sobre a comunicação provoca o rompimento com as relações de coerção/restrição/proibição com o mundo da vida. Podemos dizer que ocorreria uma desalienação do sujeito.
Esse processo de evolução social dá oportunidade ao surgimento das mídias generalizadas de comunicação. Consequentemente, quando o mundo da vida é questionado, pressiona o desenvolvimento da racionalidade. Entretanto, a mídia procura neutralizar esse processo de racionalização.
Essas mídias sufocam a verdadeira comunicação e reflexão, implantando um estereótipo do modo de entender e discutir o mundo,  numa atomização do estilo de vida das pessoas. As mídias pesquisam e recriam uma versão de ideias, transmitindo-as repetidamente para as pessoas. Num processo quase que involuntário, as pessoas não precisarão mais questionar seu mundo da vida, uma vez que o padrão já foi lançado.

A opinião pública passa a substituir o público. A opinião que antes era expressa por meio de atitudes passa a ser desnecessária, já que está exposta nos hábitos e costumes. O homem adquire uma falsa racionalidade que fortalece uma dominação e aliena a sociedade pois impede o desenvolvimento da reflexão autônoma, da ética como comportamento espontâneo.
“A esfera pública pode ser descrita como uma rede adequada para a comunicação de conteúdos, tomadas de posição e opiniões; nela os fluxos comunicacionais são filtrados e sintetizados, a ponto de se condensarem em opiniões públicas enfeixadas em temas específicos. Do mesmo modo que o mundo da vida tomado globalmente, a esfera pública se reproduz através do agir comunicativo, implicando apenas o domínio de uma linguagem natural; ela está em sintonia com a compreensibilidade geral da prática comunicativa cotidiana.” (HABERMAS, 2003: 92)


A mídia coleta informações, escolhe o tom e o interesse da divulgação. Dessa forma, controla o que irá realimentar a esfera pública e influenciar o sistema. Quem teria maior poder de persuasão e influência sobre a decisão de um indivíduo: um líder comunitário, um familiar ou a mídia com a qual o indivíduo tem contato?

Wuilton Paiva



A escola de Frankfurt contribuiu decisivamente para o desenvolvimento do estudo da comunicação. Os pensadores da escola de Frankfurt trabalharam o conceito de indústria da cultura em que a comunicação não pretende esclarecer problemas da sociedade.
O conteúdo positivo da comunicação é alterado pelo capitalismo e seu potencial prático ainda não foi totalmente explorado.

Habermas, um dos pensadores mais importantes da Alemanha e o destaque da segunda geração da Escola de Frankfurt se opõe a ideia de mediação que parte da premissa de que a comunicação separa e distancia as pessoas e resolve reconstruir a teoria crítica. Tendo como o seu foco de estudo a razão, a comunicação serve de base para a reconstrução de certos fundamentos da vida social. A sociedade não se constitui presa apenas em esquemas subjetivos. É possível reformular positivamente o diagnóstico da dialética da razão.
Suas ideias mudaram a filosofia e a sociologia, fortemente criticadas nos últimos tempos. A comunicação é comprometida por uma força de dominação que existe na racionalidade moderna de que todas as coisas que se comunicam são submetidas pela lógica mercantil de valorização do dinheiro.
“O mundo da vida reproduz-se materialmente sobre os resultados e consequências das ações orientadas para objetivos, com quais aqueles que pertencem a esse mundo da vida intervêm nesse mundo. Porém, estas ações instrumentais estão cruzadas com as ações comunicativas, na medida em que representam a execução de planos que estão ligados aos planos de outros participantes em interações sobre definições comuns de situação e processos de comunicação” (Habermas, 1990, p. 297).
Ideologias totalitárias servem como base para os estudos da escola de Frankfurt. A sociedade não se constitui presa apenas em esquemas subjetivos. É possível reformular positivamente o diagnóstico da dialética da razão.




Marcuse e a Sociedade Unidimensional

segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Posted by "TC"endo ideias
Por: Samantha Anacleto


Herbert Marcuse, alemão e filho de pais judeus. Era um influente sociólogo e filósofo pertencente à Escola de Frankfurt. Suas ideias influenciaram vários intelectuais, bem como as revoltas estudantis de 1960.
 
 

Sua preocupação com o desenvolvimento tecnológico descontrolado e com o impacto das transformações tecnológicas na sociedade era notória em suas obras.


Marcuse tem como objeto de reflexão em uma de suas obras a sociedade industrial avançada, sociedade que ele definia como tecnológica, sociedade do artificialismo e da racionalidade institucional. É aquela sem oposições, de nivelamento. O filósofo utiliza a expressão "sociedade unidimensional" para demonstrar o controle que este tipo de sociedade exerce sobre as consciências humanas.
 


"A sociedade unidimensional em desenvolvimento altera a relação entre o racional e o irracional. Contrastado com os aspectos fantásticos e insanos de sua irracionalidade, o reino do irracional se torna o lar do realmente racional, das idéias que podem promover a arte da vida” (MARCUSE, 1973, p.227)."

 

Para Herbert Marcuse, a tecnologia trata-se de um verdadeiro instrumento de controle e dominação. Segundo ele, a tecnologia utiliza uma forma de organizar e modificar as relações sociais, por servir como modo de produção, como a totalidade dos instrumentos, dispositivos, invenções. A tecnologia faz surgir a manifestação do pensamento e dos padrões de comportamento dominantes. Isso ocorre em razão da organização da ostentação industrial, a qual é voltada totalmente para a satisfação das necessidades crescentes dos indivíduos.
 
 
 
A sociedade moderna, por ser sustentada sob a ostentação tecnológica, tem a tendência de se tornar totalitária. Esse totalitarismo pode exigir dos indivíduos a aceitação de seus princípios e instituições, afinal tem como objetivo o aumento da produtividade para a satisfação das necessidades humanas. Para Marcuse, o sentido da expressão "totalitária" não é utilizado apenas para caracterizar o sistema terrorista de governo, mas também para definir o sistema específico de produção e distribuição em massa, que existe em razão da manipulação do poder causado pela tecnologia.
 
 
 
Sintetizando todo o entendimento de Marcuse, o sistema de vida instituído pela indústria moderna mantém a aparência de que possui a mais alta eficácia, eficiência e conveniência. Essa aparência induz o indivíduo a pensar que somente aquele que seguir as instruções será bem-sucedido, subordinando sua naturalidade à sabedoria oculta que ordenou tudo à ele.
É como se a sociedade unidimensional exercesse uma dominação que funciona como administração total das necessidades e prazeres do homem. Isso acaba escravizando- o no trabalho e até no lazer, tomado  o tempo livre destes indivíduos com programações dirigidas. Com isso uma humanidade apta a consumir objetos inúteis é fabricada.

 
A sociedade industrial avançada impõe uma racionalidade tecnológica. Para ser bem-sucedido nesta sociedade é preciso adaptar-se à ostentação, ou seja, aos dispositivos, às instituições e organizações da indústria. A autonomia humana, a independência de pensamento, e o direito de oposição não tem lugar nesta sociedade.
 
Em síntese, Marcuse diz que o sistema de controle, a produção e o consumo padronizado matam a autonomia de pensamento. A racionalidade institucional se utiliza de mecanismos que quando difundidos pela sociedade, desenvolvem um conjunto de valores próprios, que servem apenas para o funcionamento do aparato industrial.
 
 
 

 
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