Posted by : "TC"endo ideias sexta-feira, 24 de janeiro de 2014



O processo de formação da sociedade humana esteve diretamente ligado com o grupo social que ordenava as ações sociais. Tal estrutura social, na qual estivemos inseridos durante milhares de anos, foi construída através dos valores e afinidades dos grupos considerados dominantes.Tais valores englobam desde as regras econômico-sociais desde nossas interações e concepções do certo e errado, belo e feio, sucesso e fracasso.

Entretanto, o ser humano, por natureza, não está condicionado a aceitar ideologias se não compartilham das mesmas ideias, dessa forma, o poder social sempre renova seus ciclos, atendendo à diferentes ciclos da economia, da cultura, e da política, por exemplo.

Umberto Eco, em seu livro Apocalípticos e Integrados expõe suas reflexões para as concepções de cultura do mundo moderno. O autor entendia, já na década de 1960 antes das discussões sobre pós-modernidade, que o homem contemporâneo vive um contexto diferenciado, no qual há uma nova forma de cultura: a cultura de massa. Na verdade, todo contexto histórico tem suas especificidades, mas o que Eco enfatiza é que precisamos entender qual seria a medida do nosso e como compreendê-lo de uma forma que não seja redutora nem distorcida.

A dita " corrupção da cultura" , tratada no mundo moderno como a banalização das obras de artes, dos grandes conhecimentos, tem como grande vilão os meios de comunicação. Isso porque, para alguns estudiosos, os meios não conservam a aura das obras de arte, reduzindo-as à simples mercadoria de consumo que servem para organizar e guiar a grande massa das nações.

Entretanto, o processo cultural é um sistema relativo. O que é cultura hoje, amanhã pode cair no total esquecimento e vice versa. A concepção do que tem ou não valor, pode estar relacionada com seu consumidor. Na música, essa transição do feio para o belo acontece sem que nos demos conta. O Jazz, de origem afro-americana sofreu ascensão nos últimos anos devido à sua "popularização" entre as pessoas influentes do Estados Unidos. O que antes era um som feito por negros nas periferias dos EUA, hoje é um dos ritmos mais consagrados do mundo. O mesmo aconteceu com o samba. 






Contudo, o inverso também acontece. O paradoxo da cultura se dá através da popularização do que não é arte e a desvalorização da mesma. O grande problema é que elementos que não são considerados cultura, podem vir a ser um dia, dependendo da estrutura social em que ele for ascendido, e por quem for consumido. Entretanto, elementos de uma cultura já consagrada podem perder sua aura justamente por sua popularização.

Seguindo o que propõe Umberto Eco, devemos considerar as concepções de belo e feio de acordo com nosso contexto histórico social, e nos atentarmos se não estamos corrompidos por um estereótipo dos que nos controlam ou se estamos apenas seguindo o que somos obrigados a comprar.



Carla Ramalho

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