quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Sociedade
de Controle
Com a evolução da sociedade
vista por Michel Foucault como “Disciplinar”, Gilles Deleuze (1992) identificou
a mesma como de “Controle”. E nesse momento há uma determinada transição entre
o modelo do panóptico de Foucault para uma espécie de controle aberto e
onipresente.
Na sociedade disciplinar o
controle é exercido baseado no modelo do panóptico (modelo de prédio onde todos
os presos são vigiados 24h), ou seja, tem como base um modelo arquitetônico de
vigilância, ou das instituições concretas. Já na sociedade de controle, o
modelo é virtual, com base nas instituições, mas de forma fluida, agindo sem a
presença do confinamento.
Os instrumentos
disciplinares originados por volta do século XVIII tinham por intenção, passar
ao indivíduo um determinado modo de convivência em sociedade utilizando a
vigilância e a repressão como forma de controle do processo. Já na evolução
desse modelo a vigilância física não está mais presente, dentro da sociedade de
controle os valores já estão interiorizados, o controle é exercido de forma
natural. Seria a volta da estrutura do panóptico sem a estrutura do mesmo, há
uma total incorporação por parte do indivíduo do modelo vendido como padrão.
"A sociedade de controle
redimensiona e amplifica os pilares constituintes da sociedade
disciplinar."
Um bom exemplo disso é o
programa Big Brother, criado na Holanda em 1999, o nome é baseado no livro “1984”
de George Orwell, onde os habitantes de um determinado país são vigiados 24h
por dia pelo seu governo, exatamente como no show televisivo. Onde em pequena
escala é representado o que temos no resto da sociedade, tais como:
confinamento, vigilância, exclusão, fama, dinheiro, esforço, sorte, culto do
herói, “salve-se quem puder”, negação do sofrimento psicossocial, “cada um por
si e Deus por todos”.
Veja abaixo o vídeo de
estreia do programa na Holanda (1999), o primeiro no mundo:
Por Mateus Figueiredo
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legal o video, interessante o texto
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