Posted by : "TC"endo ideias domingo, 18 de agosto de 2013


      Por Allan Santana

      Habermas é único em seu modo de pensar, seu jeito de agir e filosofar. Critica a Escola de Frankfurt , não aceita a pós modernidade e há mais de trinta anos  sua tese sobre a decadência da esfera pública burguesa ainda é motivo de polêmica.
      Para Habermas, a comunicação comanda o processo de evolução social, na medida em que a passagem da conversação para a discussão pode ser projetada historicamente como processo de passagem das formas de entendimento tradicionais para as formas de entendimento modernas. O mundo da vida que abriga o processo comunicativo e se reproduz  pelo trabalho, fornecendo nossas condições materiais e simbólicas de vida,  pode ser racionalizado pela comunicação humana. O homem tem a capacidade de questionar e transformar comunicativamente essas condições; nasce e relaciona-se com seus semelhantes por meio de mecanismos que, em princípio, contêm  o conceito de um mundo da vida estruturado como uma comunidade de comunicação.
      A linguagem é exonerada da função de mecanismo coordenador da ação. As mídias liberam a ação social dos processos de formação do consenso, assentando-a sobre uma racionalidade  instrumental; os mecanismos de integração simbólica são progressivamente substituídos por mecanismos de integração sistêmicos. A comunicação passa a ser comandada por meios deslinguistizados, em que pontifica o dinheiro, surgido com o capitalismo.
      A racionalização comunicativa do mundo da vida possibilita um aumento da complexidade de sua reprodução material que, em certo patamar, passa a requerer o desenvolvimento de mídias sistêmicas. Paradoxalmente, porém, estas tendem, em seguida,  a tirar sentido do emprego da competência comunicativa e a desonerar as pessoas da necessidade de se comprometerem com a própria comunicação.
      As tecnologias de comunicação se transformaram, ao mesmo tempo, em meios de controle sistêmico e meios de reprodução simbólica da comunicação: meios de controle enquanto aparatos submetidos à racionalidade mercantil ou burocrática; meios de reprodução enquanto formações simbólicas tecnologicamente enxertadas no mundo da vida.

    Os meios de comunicação  constituem formas generalizadas de comunicação, na medida em que condensam materialmente e expandem coletivamente o conhecimento cultural, mas ambivalentes, na medida em que são formas colonizadas pelos meios de controle sistêmico representados pelo poder e dinheiro.
        
    Habermas trabalha com a hipótese de que:        
     "Os meios de comunicação de massa podem, certamente, escalonar, matizar e condensar os processos de entendimento, mas só imediatamente podem  descarregar  as  interações das tomadas de posição afirmativas ou negativas frente às pretensões de validade suscetíveis de crítica, pois as comunicações, mesmo sendo abstratas e empacotadas, nunca podem ser  fiavelmente blindadas contra a possibilidade de serem contraditas por atores capazes de responder autonomamente por seus próprios atos." (Habermas, 1987)

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  1. boa revisão dos estudos de Habermas, mas não fez a relação com a atualidade, como foi pedido neste exercício.

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