Posted by : "TC"endo ideias segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Por: Samantha Anacleto


Herbert Marcuse, alemão e filho de pais judeus. Era um influente sociólogo e filósofo pertencente à Escola de Frankfurt. Suas ideias influenciaram vários intelectuais, bem como as revoltas estudantis de 1960.
 
 

Sua preocupação com o desenvolvimento tecnológico descontrolado e com o impacto das transformações tecnológicas na sociedade era notória em suas obras.


Marcuse tem como objeto de reflexão em uma de suas obras a sociedade industrial avançada, sociedade que ele definia como tecnológica, sociedade do artificialismo e da racionalidade institucional. É aquela sem oposições, de nivelamento. O filósofo utiliza a expressão "sociedade unidimensional" para demonstrar o controle que este tipo de sociedade exerce sobre as consciências humanas.
 


"A sociedade unidimensional em desenvolvimento altera a relação entre o racional e o irracional. Contrastado com os aspectos fantásticos e insanos de sua irracionalidade, o reino do irracional se torna o lar do realmente racional, das idéias que podem promover a arte da vida” (MARCUSE, 1973, p.227)."

 

Para Herbert Marcuse, a tecnologia trata-se de um verdadeiro instrumento de controle e dominação. Segundo ele, a tecnologia utiliza uma forma de organizar e modificar as relações sociais, por servir como modo de produção, como a totalidade dos instrumentos, dispositivos, invenções. A tecnologia faz surgir a manifestação do pensamento e dos padrões de comportamento dominantes. Isso ocorre em razão da organização da ostentação industrial, a qual é voltada totalmente para a satisfação das necessidades crescentes dos indivíduos.
 
 
 
A sociedade moderna, por ser sustentada sob a ostentação tecnológica, tem a tendência de se tornar totalitária. Esse totalitarismo pode exigir dos indivíduos a aceitação de seus princípios e instituições, afinal tem como objetivo o aumento da produtividade para a satisfação das necessidades humanas. Para Marcuse, o sentido da expressão "totalitária" não é utilizado apenas para caracterizar o sistema terrorista de governo, mas também para definir o sistema específico de produção e distribuição em massa, que existe em razão da manipulação do poder causado pela tecnologia.
 
 
 
Sintetizando todo o entendimento de Marcuse, o sistema de vida instituído pela indústria moderna mantém a aparência de que possui a mais alta eficácia, eficiência e conveniência. Essa aparência induz o indivíduo a pensar que somente aquele que seguir as instruções será bem-sucedido, subordinando sua naturalidade à sabedoria oculta que ordenou tudo à ele.
É como se a sociedade unidimensional exercesse uma dominação que funciona como administração total das necessidades e prazeres do homem. Isso acaba escravizando- o no trabalho e até no lazer, tomado  o tempo livre destes indivíduos com programações dirigidas. Com isso uma humanidade apta a consumir objetos inúteis é fabricada.

 
A sociedade industrial avançada impõe uma racionalidade tecnológica. Para ser bem-sucedido nesta sociedade é preciso adaptar-se à ostentação, ou seja, aos dispositivos, às instituições e organizações da indústria. A autonomia humana, a independência de pensamento, e o direito de oposição não tem lugar nesta sociedade.
 
Em síntese, Marcuse diz que o sistema de controle, a produção e o consumo padronizado matam a autonomia de pensamento. A racionalidade institucional se utiliza de mecanismos que quando difundidos pela sociedade, desenvolvem um conjunto de valores próprios, que servem apenas para o funcionamento do aparato industrial.
 
 
 

 

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