Posted by : "TC"endo ideias quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Indústria Cultural



Por Matheus Medeiros

A indústria cultural pode ser definida como o conjunto de meios de comunicação como, o cinema,o rádio, a televisão, os jornais e as revistas, que formam um sistema poderoso para gerar lucros e por serem mais acessíveis às massas, exercem um tipo de manipulação e controle social, ou seja, ela não só edifica a mercantilização da cultura, como também é legitimada pela demanda desses produtos.
A tecnologia da montagem e do efeito e o realismo exagerado faz com que o cinema ande muito rápido para permitir reflexão do seu espectador, fazendo com que o indivíduo passe a se integrar à multidão, por outro lado, o rádio enquanto comando aberto e de longo alcance passou a ser o instrumento que coloca o discurso como verdadeiro e absoluto às massas.
Esses produtos passaram por uma hierarquização quanto à qualidade, no sentido de
privilegiar uma quantificação dos procedimentos da indústria cultural, não há uma preocupação exata com seu conteúdo, mas com o registro estatístico dos consumidores.
Tolhendo a preferência da massa e instaurando o poder da técnica sobre o homem,a indústria cultural cria condições favoráveis para a implantação de seu comércio. O valor de uso é absorvido pelo valor de troca em vez de prazer estético, o que se busca é conquistar prestígio e não propriamente ter uma experiência do objeto.
O filme sonoro e a televisão podem criar a ilusão de um mundo que não é o que a nossa consciência espontaneamente pode perceber, mas uma realidade cinematográfica que interessa ao sistema econômico e político no qual se insere a indústria cultural. Pela cultura de massa, o homem é subordinado ao progresso da técnica e esta destrói, fragmenta-o em sua subjetividade para dar lugar a razão instrumental, ou seja, a razão é reduzida a instrumentalidade.
Desde o início da civilização ocidental moderna já existia a arte erudita e uma outra popular, que supria exatamente a função de entretenimento que a indústria cultural tem hoje. Mesmo as puras obras de arte, que negam o caráter mercantil da sociedade, pelo simples fato de seguirem sua própria lei, sempre foram ao mesmo tempo mercadorias, à medida que estavam subordinadas aos seus patronos e aos seus objetivos destes.
Adorno e Horkheimer relacionam ainda as obras de arte a mercadorias culturais, cujos objetos estáticos estão sujeitos a uma inversão da finalidade sem fim.Na comparação das obras de arte com as mercadorias culturais existem tópicos mais internos como o estilo, trágico e catártico e a sublimação, sendo este último um conceito que vem da psicanálise. O estilo significa também que os detalhes do construto não interagem com sua totalidade e podem ser substituído por outros elementos sem que ela se modifique propriamente. O elemento trágico fornece à indústria cultural uma presumida profundidade que a pura diversão não poderia oferecer, mas de um modo completamente deturpado: é reduzido à ameaça da destruição de quem não
coopera, enquanto na verdade seu sentido paradoxal consistia, no teatro negro. No âmbitoda indústria cultural, o trágico se dissolve na falsa identidade da sociedade e do sujeito, de um modo que se refere novamente ao modo de operação mais típico daquela. Para Adorno e Horkheimer a liquidação do trágico confirma a eliminação do indivíduo, bem como ao desenvolvimento de um tipo de sadomasoquismo que se expressa até mesmo na programação infantil, possivelmente com o objetivo de que desde criança as pessoas se habituem a apanhar dos mais fortes e, se for o caso, golpear os mais fracos, assim como o
Pato Donald há também na vida real os que recebem uma surra para que os espectadores possam se acostumar com a que eles próprios recebem. A sublimação nas obras de arte, se traduz no fato de que mesmo a representação de nus na pintura, na escultura, no teatro etc.,nunca foram exibições sexuais, seu caráter de linguagem, se sobrepunha ao apelo sensual que pudesse estar contido numa expressão estética
desse tipo.
A indústria cultural mostra a regressão do esclarecimento na ideologia, que encontra no cinema e no rádio sua expressão mais influente,a medida que eles não passam de um negócio rentável aos seus dirigentes. O esclarecimento como mistificação das massas consiste,sobretudo, no cálculo da eficácia e na técnica
de produção e difusão. Os autores mostram que, a despeito de sua postura aparentemente democrática e liberal, a cultura massificada realiza impiedosamente os ditames de um sistema de dominação econômica que necessita,entretanto, de uma concordância das pessoas para a legitimação de sua existência.

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