Posted by : Unknown
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Fonte: Popular Culture |
As
teorias apresentadas pelo filósofo francês Michel Foucault, na década de 1970,
em sua obra Vigiar e Punir, se tornaram cada vez mais reais, e estão presentes no cotidiano da
humanidade. Foucault analisa o comportamento humano em contato com o dispositivo
panóptico – “máquina de vigiar” idealizada por Bentham no século
XVIII. O panóptico era uma construção de
formato circular, composta por celas individuais e isoladas umas das outras,
comandadas por uma torre central de onde os prisioneiros poderiam ser
observados. Estas celas seriam habitadas individualmente por loucos, doentes,
prisioneiros, e também por trabalhadores e estudantes. Os indivíduos eram
observados constantemente e punidos quando seu comportamento fugia dos padrões
pré-estabelecidos.
Segundo
estudos de Foucault, na modernidade a ideia do panoptismo está ligada à autorregulamentação
e às práticas de condutas aceitas pela sociedade. Ou seja, aos valores morais e
religiosos também contribuem para a vigilância das pessoas, em grupo ou
individualmente.
O
panoptismo traz também a sensação de poder vigiar, sem ter a identidade
revelada. Os famosos reality shows, como Big Brother Brasil e a Casa dos
Artistas são exemplos modernos de panoptismo. Confinados em uma casa cercada
por câmeras, os participantes vivem isolados da realidade, e suas atividades
cotidianas como comer, tomar banho e dormir são acompanhadas por milhares de
telespectadores e internautas. Festas, brigas, provas de liderança, romances,
entre outros eventos, fazem com que os participantes conquistem a aprovação ou a
rejeição do público. Desta vigilância vem a punição, ou seja, o jogador que
desagrada o público é eliminado e o que conquista ganha o prêmio final (um ou
dois milhões de reais). O
interessante neste jogo (reality show) é que o telespectador ou internauta “espia”,
sem ser visto. Como na “máquina de vigiar” idealizada por Bentham, o público assume
o papel de vigilante e juiz.
Além
dos programas televisivos, a sensação de estar sendo vigiado a todo instante
também afeta os “simples mortais”. Coma promessa de oferecer segurança à
população, governos e empresas privadas têm instalado câmeras de segurança em
todos os espaços. Nos ônibus, nas ruas, no trânsito, em elevadores, em cinemas,
em shoppings, e outros inúmeros lugares, as câmeras fazem o papel de vigilante
com o objetivo de manter a ordem social. Neste contexto de fiscalização, nem as
igrejas escapam dos “olhos mecânicos”.
Por
estes e outros inúmeros motivos, os estudos de Foucault se tornaram essenciais
para a compreensão dos fenômenos ocorridos na sociedade contemporânea. Na
cultura, na sociedade ou nos estudos de comunicação, as teorias foucaultianas
se aplicam com coerência e propriedade e acompanham cada vez mais a evolução da
humanidade.
atenção que é instante no penúltimo parágrafo
ResponderExcluirmuito bom1
Opa, obrigado pela observação! Já fiz a correção.
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